Mercado Financeiro

Dólar Entra em Alta de 1% Com Dados Econômicos Favoráveis dos EUA

Aumento da Moeda Norte-Americana Reflete Expectativas de Afrouxamento Monetário Gradual pelo Federal Reserve


Publicado em: 29/08/2024 às 11:50hs

Dólar Entra em Alta de 1% Com Dados Econômicos Favoráveis dos EUA

Nesta quinta-feira, o dólar avançou mais de 1%, superando a marca de R$ 5,60, acompanhando a valorização da divisa norte-americana no mercado internacional. O impulso veio após a divulgação de dados econômicos robustos dos Estados Unidos, que aliviaram as preocupações com uma possível recessão e fortaleceram as expectativas de um afrouxamento gradual da política monetária pelo Federal Reserve.

Às 10h05, o dólar à vista registrava uma alta de 1,03%, cotado a R$ 5,6140 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro com primeiro vencimento mostrava uma elevação de 0,34%, negociado a R$ 5,5840. Na quarta-feira, o dólar à vista havia encerrado o dia em alta de 0,98%, cotado a R$ 5,5565.

Os mercados globais estão avaliando novos dados sobre a economia dos EUA, buscando pistas sobre sua saúde e sobre possíveis movimentações futuras do banco central, que está considerando iniciar um ciclo de cortes de juros.

O Departamento do Comércio dos EUA divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 3,0% no segundo trimestre do ano em comparação ao mesmo período do ano passado, superando a previsão de analistas que era de 2,8%, conforme o primeiro relatório preliminar do governo.

Além disso, o Departamento do Trabalho informou que o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego caiu para 231.000 na semana encerrada em 24 de agosto, abaixo dos 233.000 revisados na semana anterior e da expectativa de 232.000 pedidos.

Esses resultados reforçam a ideia de que a economia norte-americana permanece resiliente, com o mercado de trabalho demonstrando uma desaceleração gradual sem indícios de colapso, o que havia sido temido após dados de emprego menos otimistas no início do mês.

Dessa forma, o Federal Reserve, que sinalizou a possibilidade de iniciar um ciclo de cortes de juros em sua reunião de setembro, poderá adotar uma abordagem mais gradual, uma vez que a economia não parece exigir estímulos urgentes.

Na semana passada, Jerome Powell, presidente do Fed, indicou durante o simpósio de Jackson Hole que "chegou a hora" de reduzir os juros, a fim de evitar uma deterioração adicional do mercado de trabalho.

Os operadores agora estimam 68% de chance de um corte de 25 pontos-base nas taxas de juros do Fed em setembro, um aumento em relação aos 65% projetados anteriormente. Além disso, eles antecipam um afrouxamento total de 100 pontos-base até o final do ano.

A expectativa de um afrouxamento monetário menos intenso elevou os rendimentos dos Treasuries, tornando o dólar mais atraente no mercado internacional. O rendimento do Treasury de dois anos, que reflete as expectativas para as taxas de juros de curto prazo, subiu 3 pontos-base, alcançando 3,898%.

“Os dados do PIB e dos pedidos de auxílio-desemprego foram positivos... a economia está mostrando resiliência em seus indicadores macroeconômicos”, afirmou Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

Como resultado, o dólar avançou frente a várias moedas emergentes, incluindo o peso mexicano, o peso chileno e o peso colombiano. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subiu 0,38%, alcançando 101,390.

No cenário doméstico, analistas ainda digerem o anúncio de Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central e indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para suceder Roberto Campos Neto na liderança da autarquia no próximo ano.

Além disso, o IBGE informou que o Índice de Preços ao Produtor teve uma alta de 1,58% em julho em comparação ao mês anterior, marcando o sexto resultado positivo consecutivo do indicador.

Fonte: Portal do Agronegócio

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