Publicado em: 11/09/2024 às 10:55hs
O dólar iniciou esta quarta-feira (11) em queda, em meio às repercussões do cenário político e econômico dos Estados Unidos. Os investidores estão atentos à divulgação dos dados de inflação do país, assim como ao debate presidencial entre Kamala Harris e Donald Trump, realizado na noite anterior.
Os dados de inflação dos EUA, divulgados na manhã desta quarta-feira, mostraram um aumento de 0,2% em agosto, acumulando alta de 2,5% nos últimos 12 meses. Excluindo itens voláteis como energia e alimentação, o núcleo da inflação registrou um aumento de 3,2% no período, mantendo-se no mesmo patamar de um mês atrás.
Por volta das 10h20, o dólar registrava queda de 0,59%, sendo cotado a R$ 5,6124. Na sessão anterior, a moeda americana havia subido 1,31%, alcançando R$ 5,6546, o maior nível desde 6 de agosto. Ao longo do dia, chegou a atingir R$ 5,6714 na máxima.
Com esse resultado, o dólar acumula uma alta de 1,16% na semana, 0,39% no mês e um avanço expressivo de 16,53% no ano.
No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, operava em alta de 0,19%, aos 134.580 pontos. No dia anterior, o índice fechou em baixa de 0,31%, a 134.320 pontos. O índice acumula uma queda de 0,19% na semana, 1,24% no mês e um ganho modesto de 0,10% no ano.
As discussões sobre os rumos da inflação e os juros nos Estados Unidos, assim como a corrida presidencial americana, são os principais temas que movimentam os mercados neste pregão. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI), divulgado nesta manhã pelo Departamento de Comércio dos EUA, confirmou as expectativas do mercado, com a inflação anual permanecendo em 3,2% ao excluir itens voláteis.
Esses números são os últimos antes da reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, que ocorrerá na próxima semana. A expectativa é de que o Fed inicie um ciclo de cortes nas taxas de juros, com analistas divididos entre uma redução de 0,25 ou 0,50 ponto percentual. A inflação dos EUA está no nível mais baixo desde fevereiro de 2021, mas ainda acima da meta de 2% estabelecida pelo Fed.
O mercado também repercute o debate presidencial entre Kamala Harris e Donald Trump, que foi marcado por embates sobre temas como aborto, imigração e economia. Para Harris, que busca se consolidar como representante da classe média, o evento foi uma oportunidade para confrontar Trump, apontado por ela como um bilionário que governaria apenas em benefício próprio.
No Brasil, os investidores acompanham de perto os novos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou uma leve deflação de 0,02% em agosto. Essa foi a primeira queda nos preços em 2024, mas a inflação acumulada em 12 meses continua elevada, com alta de 4,24%, ligeiramente abaixo das expectativas do mercado.
Apesar da deflação, o mercado ainda vê a possibilidade de o Banco Central do Brasil promover um novo aumento na taxa Selic, atualmente em 10,50% ao ano, durante a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A pressão inflacionária, combinada com o aumento dos gastos públicos, tem alimentado especulações de que o Copom será obrigado a elevar os juros para conter a inflação.
O Boletim Focus desta semana, que compila as previsões de economistas, aponta que a taxa Selic pode atingir 11,25% ao final de 2024, refletindo as expectativas de uma elevação na próxima semana. Além disso, as projeções de inflação continuam a subir, com economistas agora prevendo um IPCA de 4,30% para o próximo ano.
Apesar das medidas de controle adotadas pelo Banco Central, como o aumento da Selic, seus efeitos sobre a economia real podem demorar a se materializar, o que significa que a inflação pode permanecer elevada por mais algum tempo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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