Mercado Financeiro

Dólar avança para R$ 5,72 em meio a falas de Lula e expectativas econômicas internacionais

Mercado financeiro reage a discursos presidenciais, dados fiscais e movimentações do Banco Central


Publicado em: 23/10/2024 às 10:20hs

Dólar avança para R$ 5,72 em meio a falas de Lula e expectativas econômicas internacionais

Na terça-feira, o dólar registrou um aumento de 0,11%, sendo cotado a R$ 5,6968. O principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, encerrou o dia em queda de 0,31%, alcançando 129.951 pontos.

Na manhã desta quarta-feira (23), o dólar abriu em alta, chegando a R$ 5,7237 (+0,47%), enquanto os investidores continuavam a avaliar os discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou da Cúpula do Brics, realizada em Kazan, Rússia. A fala do presidente abordou temas como mudança climática, a taxação dos super-ricos, e a proposta de uma moeda comum entre os países do grupo, o que poderia reduzir a dependência do dólar em transações comerciais.

No cenário doméstico, os agentes financeiros também repercutiam os novos dados de arrecadação de impostos federais e as recentes projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Brasil. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também está no radar dos investidores, após declarações recentes sobre a política monetária do país.

Dados econômicos internacionais e corrida presidencial nos EUA ganham destaque

No exterior, além das atenções voltadas à corrida presidencial norte-americana, os investidores aguardam novos dados econômicos dos Estados Unidos, incluindo o Livro Bege do Federal Reserve (Fed), que traz informações sobre a situação econômica nas regiões onde o banco central dos EUA opera. Espera-se que o relatório ofereça novos indícios sobre os rumos da política monetária do país.

Outro foco de interesse para os mercados globais são os balanços corporativos, além de eventuais sinais da economia chinesa e da condução dos juros pelo Banco Central Europeu (BCE). Na véspera, a presidente do BCE, Christine Lagarde, sinalizou que a inflação na zona do euro está desacelerando, e a expectativa é de que atinja a meta de 2% até 2025.

Ibovespa e dados econômicos brasileiros

O Ibovespa, que inicia suas operações às 10h, registrou na terça-feira uma queda de 0,31%, encerrando a sessão aos 129.951 pontos. O índice acumula queda de 0,42% na semana, retração de 1,41% no mês e 3,16% no ano. O cenário interno segue impactado pelos dados fiscais divulgados recentemente, que mostraram que a arrecadação do governo federal atingiu R$ 203 bilhões em setembro — um recorde para o mês desde o início da série histórica em 1995. No acumulado do ano, o governo arrecadou R$ 1,96 trilhão.

A projeção do FMI para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro também foi revisada para cima, passando de 2,1% para 3% em 2024, refletindo o fortalecimento do consumo privado e do investimento, impulsionados pelo mercado de trabalho aquecido e pelo impacto limitado das enchentes no Rio Grande do Sul, em maio deste ano.

Perspectivas de política monetária e inflação no Brasil

Os investidores seguem atentos aos discursos do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que destacou recentemente a importância de tratar da desancoragem das expectativas de inflação, além de reforçar que será difícil reduzir significativamente as taxas de juros sem um choque fiscal positivo. Atualmente, os juros estão em 10,75%, e a expectativa é de novas altas, considerando o crescimento acima do esperado da economia brasileira, o que pode pressionar a inflação pela demanda.

Cenário global e eleições nos EUA

No cenário internacional, além dos novos dados econômicos dos EUA e do Livro Bege do Fed, os mercados permanecem atentos à corrida presidencial norte-americana, que pode influenciar as decisões de política monetária. Declarações de dirigentes do Fed e o desempenho das grandes corporações também devem ser monitorados ao longo do dia, assim como a evolução da economia chinesa e as discussões sobre a redução de juros pelo BCE.

Esses fatores, tanto domésticos quanto internacionais, devem continuar a influenciar os mercados financeiros ao longo da semana, à medida que investidores buscam novas sinalizações sobre a economia global e suas implicações para o Brasil.

Fonte: Portal do Agronegócio

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