Mercado Financeiro

Dólar avança em meio a tensões internacionais e decisão do STF no Brasil

O dólar iniciou a terça-feira (19) em alta, refletindo o cenário de incertezas políticas e econômicas globais, além de decisões internas no Brasil. Já a bolsa brasileira mostra estabilidade e aguarda novos indicadores


Publicado em: 19/08/2025 às 10:40hs

Dólar avança em meio a tensões internacionais e decisão do STF no Brasil
Dólar e Ibovespa: desempenho dos mercados

Por volta das 9h45, o dólar registrava avanço de 0,23%, negociado a R$ 5,447. Na véspera, a moeda norte-americana já havia subido 0,68%, cotada a R$ 5,4348.

O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou o pregão de segunda-feira (18) em alta de 0,72%, aos 137.322 pontos, e reabriu nesta terça às 10h.

  • Acumulados do dólar:
    • Semana: +0,68%
    • Mês: -2,96%
    • Ano: -12,05%
  • Acumulados do Ibovespa:
    • Semana: +0,72%
    • Mês: +3,19%
    • Ano: +14,17%
Trump e Zelensky: encontros definem clima político

O mercado reagiu ao encontro entre Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e Volodymyr Zelensky, líder da Ucrânia, realizado em Washington. A reunião também contou com sete chefes de Estado europeus.

Trump afirmou acreditar em um possível acordo de paz com a Rússia “o quanto antes”, sugerindo até mesmo uma reunião trilateral com Putin e Zelensky.

O encontro ocorreu apenas dois dias após a reunião de Trump com o presidente russo, Vladimir Putin, no Alasca. Para analistas, o movimento representa um teste de força política: enquanto Trump busca consolidar uma promessa de campanha como vitória diplomática, Zelensky corre o risco de perder apoio internacional caso não aceite concessões.

Rússia sinaliza abertura para negociações

Nesta terça-feira (19), o chanceler russo Sergei Lavrov declarou que Moscou não descarta nenhuma possibilidade de diálogo para avançar no processo de paz com a Ucrânia. A sinalização foi vista como um movimento importante para reduzir a tensão geopolítica no Leste Europeu.

Agenda dos EUA: Fed, petróleo e construção civil

Além da política externa, os investidores acompanham a fala de Michelle W. Bowman, integrante do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), sobre perspectivas econômicas do Federal Reserve.

Também estão previstos dados sobre a construção residencial e os estoques semanais de petróleo, que devem influenciar o humor do mercado internacional.

STF e restrições no Brasil

No cenário doméstico, ganhou destaque a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que impôs restrições a medidas “decorrentes de atos unilaterais estrangeiros” contra empresas que operam no Brasil.

A determinação surgiu em ação movida pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), relacionada a processos abertos por municípios brasileiros na Inglaterra.

Com a agenda econômica interna esvaziada, investidores seguem atentos à temporada de balanços corporativos na B3.

Brasil prepara resposta aos EUA

O governo brasileiro deve enviar nesta segunda-feira (19) um documento oficial em resposta à investigação comercial aberta em julho pelo governo Trump.

O texto está sendo elaborado por diplomatas do Itamaraty e aborda pontos como medidas contra o desmatamento e alegações de que o PIX prejudicaria empresas americanas.

Boletim Focus e IBC-Br

O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, trouxe a primeira revisão para baixo da inflação projetada para 2025, agora estimada em 4,95% (antes, 5,05%). O ajuste foi influenciado pelo impacto das medidas comerciais dos EUA sobre a economia brasileira.

Outros destaques do relatório:

  • PIB 2025: 2,21%
  • Taxa Selic 2025: 15% ao ano
  • Câmbio 2025: R$ 5,60
  • Balança comercial: superávit de US$ 65 bilhões
  • Investimento estrangeiro direto: US$ 70 bilhões

Já o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado prévia do PIB, mostrou crescimento de 0,3% no segundo trimestre. O resultado sinaliza desaceleração frente à expansão de 1,5% registrada no primeiro trimestre.

Bolsas internacionais

Na Europa, as bolsas oscilaram com os desdobramentos políticos. Lisboa liderou os ganhos, com alta de 1,28% no PSI20, seguida por Londres (+0,21%). Já Paris recuou 0,50%, enquanto Frankfurt (-0,18%) e Madri (-0,17%) também fecharam em queda.

Na Ásia, os mercados chineses avançaram, atingindo níveis recordes desde 2015. O índice de Xangai subiu 0,85%, enquanto o CSI300 ganhou 0,88%. Em contrapartida, Hong Kong teve leve queda de 0,37% no Hang Seng.

Fonte: Portal do Agronegócio

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