Publicado em: 01/08/2025 às 11:28hs
O dólar iniciou esta sexta-feira (1º) em alta de 0,34%, cotado a R$ 5,6184 por volta das 9h, diante das incertezas provocadas pelas novas tarifas comerciais anunciadas pelos Estados Unidos. A medida, assinada pelo presidente Donald Trump, eleva a tensão nos mercados e gera preocupações sobre os efeitos para a economia global e brasileira. As negociações da bolsa brasileira (Ibovespa) começam às 10h.
Trump assinou uma ordem executiva na quinta-feira (31) que amplia as tarifas de importação aplicadas a diversos países. As alíquotas variam de 10% a 41% e entram em vigor a partir de 7 de agosto. No caso do Brasil, a tarifa foi fixada em 50%, embora mais de 700 produtos estratégicos tenham sido excluídos da taxação — entre eles suco de laranja, combustíveis, veículos, aeronaves civis, metais e madeira.
Apesar das exceções, analistas consideram a decisão um duro golpe comercial. Ainda assim, parte do mercado interpreta as exclusões como um sinal de recuo por parte do governo norte-americano. O governo brasileiro ainda avalia os próximos passos.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que as negociações com os EUA estão apenas começando e que um programa de apoio aos setores afetados já está pronto para ser anunciado. Segundo Alckmin, cerca de 35,9% das exportações brasileiras seriam atingidas pelas novas tarifas.
Alckmin indicou que a tarifa pode gerar reflexos positivos no abastecimento interno. A redireção de parte da produção que antes era exportada pode contribuir para a queda de preços de alimentos como arroz, feijão, óleo de soja e frutas. Ele citou ainda o câmbio mais baixo e a safra recorde como fatores que ajudam a conter os preços.
“A boa notícia é que há uma tendência de queda do preço dos alimentos”, afirmou.
O Brasil foi o país mais atingido pela nova rodada de tarifas anunciadas pelos EUA. Além do Brasil (50%), outros países afetados incluem Síria (41%), Laos e Mianmar (40%). Em contrapartida, Reino Unido e Ilhas Malvinas receberam as tarifas mais brandas, de 10%.
O chefe de comércio da União Europeia, Maros Sefcovic, comentou que o bloco se beneficia de uma posição mais competitiva após avançar em um acordo com os Estados Unidos. As novas tarifas refletem os primeiros resultados desse entendimento, segundo ele.
A Casa Branca justificou a medida como resposta a ações do governo brasileiro que representariam riscos à segurança nacional e à economia norte-americana. Em carta enviada ao presidente Lula, Trump alegou que essas ações prejudicam empresas dos EUA, a liberdade de expressão e a política externa do país.
Inicialmente, a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros entraria em vigor nesta sexta-feira (1º), mas foi adiada para 6 de agosto. A mudança oferece um breve respiro para o governo brasileiro e setores exportadores, enquanto as negociações seguem em curso.
Fonte: Portal do Agronegócio
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