Publicado em: 10/01/2025 às 10:10hs
O dólar opera em alta nesta sexta-feira (10), refletindo os recentes dados da inflação no Brasil, enquanto os investidores aguardam a divulgação do relatório de emprego nos Estados Unidos. A moeda norte-americana subia 0,30% às 09h35, cotada a R$ 6,0593. Na véspera, havia recuado 1,11%, fechando em R$ 6,0411, acumulando quedas de 2,26% na semana e 2,24% no mês e no ano.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o indicador oficial da inflação no Brasil, registrou alta de 4,83% nos últimos 12 meses, superando o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta para 2024 era de 3%, com margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%.
Este é o terceiro ano nos últimos quatro em que a inflação excede o teto da meta, situação já observada em 2021 e 2022. Em decorrência desse cenário, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, deverá enviar uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, justificando o descumprimento da meta.
Com a inflação em alta e indicando tendência de aceleração, o BC pode manter a política de aumento da taxa Selic, atualmente em 12,25% ao ano. Analistas do mercado financeiro projetam que a taxa básica de juros pode atingir até 16% ao ano, em um esforço para conter a pressão inflacionária.
No cenário internacional, o mercado está atento ao relatório de emprego dos Estados Unidos, o payroll, principal indicador do mercado de trabalho americano. Os dados têm impacto direto na política monetária do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, que utiliza essas informações para ajustar suas taxas de juros.
Caso o relatório indique um mercado de trabalho aquecido, isso pode aumentar a pressão inflacionária e levar o Fed a interromper ou adiar novos cortes na taxa de juros. Por outro lado, um desempenho mais modesto na geração de empregos poderia abrir espaço para novas reduções.
No mercado de ações, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, iniciou suas operações às 10h. Na quinta-feira (9), o índice encerrou em alta de 0,13%, aos 119.781 pontos, acumulando ganhos de 1,05% na semana, apesar de apresentar perdas de 0,42% no mês e no ano.
O cenário atual reflete uma combinação de fatores internos, como a inflação acima do esperado, e externos, relacionados à política monetária norte-americana, ambos determinantes para a trajetória dos mercados financeiros nos próximos dias.
Fonte: Portal do Agronegócio
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