Publicado em: 24/07/2025 às 10:40hs
Na manhã desta quinta-feira (24), o dólar abriu em leve baixa, refletindo a cautela dos investidores diante de dois fatores principais: a decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE) e o avanço dos acordos comerciais promovidos pelos Estados Unidos. Na véspera, a moeda americana recuou 0,80%, cotada a R$ 5,5223, enquanto o Ibovespa fechou em alta de 0,99%, aos 135.368 pontos.
O centro das atenções segue sendo os acordos comerciais impulsionados pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Diplomatas indicaram que está em curso uma nova negociação entre os EUA e a União Europeia (UE), com possibilidade de um tratado que prevê tarifas de 15% sobre produtos do bloco europeu.
Se confirmado, este será o quarto acordo desde que Trump iniciou uma ofensiva tarifária contra parceiros comerciais. Nesta semana, já foram firmados tratados com Japão — chamado por Trump de "o maior da história" — e Filipinas.
Diferentemente de outros países, o Brasil ainda não conseguiu avançar nas negociações com os Estados Unidos. Em resposta às tarifas impostas pelo governo norte-americano, o Itamaraty criticou as medidas, classificando-as como "arbitrárias" e "caóticas" durante pronunciamento na Organização Mundial do Comércio (OMC).
De acordo com o colunista Valdo Cruz, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não existe um canal direto de negociação com Trump, e que os diálogos diplomáticos em curso não têm repercussão direta na Casa Branca.
O destaque da agenda econômica do dia é a decisão sobre os juros do Banco Central Europeu. O mercado aguarda a manutenção das taxas, após oito cortes consecutivos de 0,25 ponto percentual. A decisão é vista como um indicativo importante para o rumo da inflação na zona do euro, especialmente em um momento de incerteza global provocada pelo aumento de tarifas comerciais.
Além da decisão do BCE, os investidores monitoram dados da indústria e dos serviços tanto na zona do euro quanto nos Estados Unidos. Informações sobre o mercado de trabalho americano e a arrecadação tributária federal no Brasil também estão no radar.
Na terça-feira, Trump anunciou dois novos acordos comerciais. Com o Japão, o tratado estabelece uma tarifa de 15% sobre produtos exportados aos EUA. O presidente norte-americano classificou o acordo como “gigantesco” e afirmou que será benéfico para ambos os países.
Já com as Filipinas, a nova alíquota ficou em 19%, uma redução em relação aos 20% anunciados anteriormente. Os EUA, por sua vez, não pagarão tarifas. Trump também destacou, em publicação na rede Truth Social, a importância da cooperação militar com o país asiático e elogiou o presidente filipino.
As tensões entre Trump e o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, continuam. Nesta quarta-feira, o republicano voltou a pressionar por juros mais baixos, alegando que a atual taxa deveria ser três pontos percentuais menor, o que, segundo ele, pouparia US$ 1 trilhão ao país por ano.
Apesar das críticas, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que não há pressa para indicar um substituto para Powell, cujo mandato à frente do Fed termina em maio de 2026. Powell, no entanto, pode permanecer na diretoria da instituição até janeiro de 2028.
Os Ministérios da Fazenda e do Planejamento anunciaram na terça-feira (22) a liberação de R$ 20,6 bilhões no Orçamento de 2025. A medida foi possível após uma revisão das estimativas de receitas e despesas, levando em conta:
Com isso, o bloqueio orçamentário, que era de R$ 31,3 bilhões até maio, caiu para R$ 10,7 bilhões. A expectativa do governo é de que, mesmo com o déficit projetado de R$ 74,9 bilhões, a meta fiscal seja cumprida, considerando o abatimento de precatórios e a margem de tolerância prevista no novo arcabouço fiscal.
O detalhamento dos ministérios e políticas que serão contemplados com os recursos liberados deve ser divulgado até o fim do mês.
Fonte: Portal do Agronegócio
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