Mercado Financeiro

Diário Econômico - Comentários do time econômico do Banco Original

Confira os comentários desta edição edição:


Publicado em: 18/08/2021 às 11:20hs

Diário Econômico - Comentários do time econômico do Banco Original

Mercados

Sem grandes destaques nos mercados. Ásia ensaia alguma melhora nas bolsas, mas demais desenvolvidos e emergentes mantêm viés negativo. Dólar misto e próximo do zero a zero, enquanto as commodities têm boa recuperação; a principal exceção vem do minério de ferro que, desde o fechamento de junho, tem queda acumulada de mais de 25%.

A curva de juros por aqui segue bastante pressionada na esteira do noticiário fiscal. Os vértices mais longos têm alta superior a 100 pontos base desde o início de agosto. Nesse ambiente de maior “concorrência” da renda fixa, o Ibovespa fechou o pregão de ontem em queda de 1,07%, a 117.904 pontos. O real caminhou em direção a R$ 5,30/US$ e fechou levemente abaixo. O desempenho da moeda vis-à-vis a bolsa tem sido “menos pior” – com o perdão da expressão – especialmente por se beneficiar no curto prazo do comportamento dos juros. De qualquer forma, o prêmio de risco fiscal tem feito preço nos ativos brasileiros como um todo.

Cenário internacional

No cenário internacional, também seguem no radar os desdobramentos para as cadeias de suprimentos globais da paralisação parcial do Ningbo, terceiro porto mais movimentado do mundo, com o intuito de reduzir as novas contaminações pela variante delta do coronavírus. A crise no Afeganistão segue elevando as preocupações com o aumento dos riscos geopolíticos. A tomada de poder do Taleban no país abre espaço para maior influência da Russia e China na região, além de repercutir negativamente para o presidente dos EUA, Joe Biden.

Reforma do IR

No âmbito político nacional, o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros, reconheceu que as mudanças propostas pelo texto de reforma do IR poderia reduzir os recursos de Estados e municípios e acabou concordando com os pedidos dos partidos de adiar pela terceira vez a votação da reforma em plenário para discutir melhor o assunto. Os dois principais pontos de divergência foram o impacto da redução no IRPJ para a arrecadação de estados e municípios e a alíquota para a taxação de dividendos. A expectativa, agora, é de que o texto seja votado na próxima semana. De acordo com Estadão e Valor Econômico, Estados e municípios querem mais R$ 18 bilhões para apoiar a aprovação da reforma e podem se posicionar de forma contrária também à PEC dos precatórios.

Política monetária

Em live realizada ontem, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que a percepção fiscal mudou um pouco nas últimas semanas, contribuindo para a revisão levemente para baixo das projeções de PIB para 2022 e para a estabilização das projeções para 2021, que até então tinham viés positivo. Roberto Campos também afirmou que o “barulho” em relação às medidas lançadas recentemente pelo governo poderiam estar afetando as estimativas do mercado para a inflação do próximo ano.

Crise hídrica

Ainda chamando a atenção para os desdobramentos da crise hídrica no país, o noticiário local aponta que o Sistema Cantareira, principal fornecedor de água para a região metropolitana de São Paulo, voltou a atingir nível crítico, com os reservatórios tendo operado em estado de alerta nos últimos cinco dias. Mesmo assim, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) descarta a possibilidade de desabastecimento.

Agenda

Na agenda econômica de hoje, o principal destaque será a publicação da ata da última reunião de política monetária nos Estados Unidos (ata do FOMC), com foco nas discussões envolvendo o processo de redução gradual das compras de ativos (tapering) pelo Fed. Os índices de preços ao consumidor da zona do euro e do Reino Unido, já publicados hoje pela manhã, vieram em linha com as expectativas.

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Fonte: Banco Original

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