Mercado Financeiro

Custo Brasil é o principal entrave para o crescimento do país

“O Custo Brasil é um bicho de sete cabeças


Publicado em: 31/10/2013 às 13:40hs

Custo Brasil é o principal entrave para o crescimento do país

E conseguir manejá-lo é um grande desafio que passa por diversas áreas e setores. É um processo de médio prazo, ou seja, não se revolve do dia para a noite”. O alerta é do economista-chefe do Banco Votorantim, Leonardo Sapienza, que, na tarde desta terça-feira (29/10), ministrou palestra sobre Cenários para 2014 no Fórum Financeiro e de Mercado. O evento foi promovido pelo Sistema Ocepar e reuniu na sede da entidade, em Curitiba, 70 profissionais das áreas financeiras e comercial das cooperativas paranaenses. “É uma oportunidade para se desenhar os cenários econômicos interno e externo, além de avaliar como foi este ano. Também é um momento em que analisamos as principais culturas – soja, milho e trigo -, e traçamos as perspectivas de plantio e comercialização”, disse o superintendente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, ao abrir o evento.

Investimentos - Responsável pelo Departamento de Pesquisas Macroeconômicas do Banco Votorantim, Sapienza disse que o Brasil precisa enfrentar uma agenda de reformas, atacando, principalmente, os custos trabalhistas, os quais são demasiadamente elevados, além de incentivar investimentos, principalmente, aqueles ligados a infraestrutura. Outro desafio, completa Sapienza, é aumentar a produtividade da mão de obra brasileira, já que a taxa de desemprego está próxima ao equilíbrio da mínima histórica. “Para o país produzir mais, precisa fazer com que a mão de obra seja mais produtiva, juntamente, com o crescimento dos investimentos. Estes são os desafios”, resume. Segundo ele, o governo vem promovendo uma agenda de concessões que talvez leve a um crescimento mais acelerado no futuro, mas para tanto precisa equilibrar alguns fatores, como aumentar a taxa de poupança e a de investimentos. “Ou seja, precisamos enfrentar o verdadeiro Custo Brasil para poder desenvolver mais e atingir potenciais de crescimento ainda maiores que os atuais, os quais estão relativamente baixos”, afirmou.

Crescimento modesto - De acordo com o economista, o Brasil deve fechar 2013 com uma taxa de crescimento ao redor de 2,5% o que, na sua opinião, é uma taxa bastante modesta para o tamanho da economia brasileira. “Principalmente, analisando-se com o período anterior à crise mundial, em que o país chegou a ter um crescimento médio de 4,5%, percebemos que o Brasil pode crescer mais, porém, para isso precisa arrancar as amarras que fazem com que a gente cresça tão pouco”, acrescentou. Além de traçar o cenário da economia brasileira e falar sobre os desafios que travam o crescimento do país, Leonardo Sapienza abordou também em sua palestra o ambiente internacional, desde a crise de 2008/2009, e os fatores de risco para o cenário doméstico.