Publicado em: 14/10/2025 às 09:30hs
Segundo dados recentes, o volume total de concessões de crédito caiu 3,3% no último mês, refletindo dificuldades de acesso a financiamentos tanto para pessoas jurídicas quanto físicas.
O cenário é agravado pela Taxa Selic em 15% ao ano, o maior patamar desde junho de 2006, limitando a capacidade de empréstimos e investimentos no país.
De acordo com o ranking global da MoneYou e Lev Intelligence, o Brasil encerrou setembro com 9,51% de juros reais (diferença entre a taxa nominal e a inflação), ficando atrás apenas da Turquia, que registrou 12,34%.
A concentração de crédito em poucas instituições, a baixa renda média da população e a elevada carga tributária reforçam o acesso limitado a financiamentos.
Luciano Bravo, CVO da Inteligência Comercial, alerta que os juros persistentemente altos têm reflexos diretos na economia real. Entre os efeitos estão:
“Ter uma taxa de juros alta não contribui em nada para o avanço da cadeia produtiva. O Brasil vive uma desaceleração de mais de 20 anos, e isso precisa ser enfrentado desde a raiz”, afirma Bravo.
Segundo o especialista, entrada de capital externo seria fundamental para acelerar a economia.
“Se colocássemos apenas 500 empresas no crédito internacional por ano, por meio da emissão de dívida estruturada na Europa e Estados Unidos, o Brasil poderia crescer 30% em cinco anos, média de 6% ao ano, um PIB semelhante ao ritmo chinês no país. Isso só é possível alinhando o capital estrangeiro à cadeia produtiva”, explica Bravo.
Embora o PIB brasileiro projete crescimento, o alto custo do crédito e a restrição de financiamento continuam sendo barreiras para empresas e cidadãos, limitando o potencial econômico do país. A busca por soluções estruturais, como capital estrangeiro e maior inclusão financeira, é apontada como caminho para destravar investimentos e produtividade.
Fonte: Portal do Agronegócio
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