Publicado em: 10/12/2024 às 10:15hs
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia nesta terça-feira (10) sua última reunião sob a presidência de Roberto Campos Neto. Em um cenário marcado pela alta do dólar e pelo aumento nos preços dos alimentos, a diretoria do BC avaliará o reajuste da taxa básica de juros, a Selic.
Esta reunião marca a terceira elevação consecutiva da Selic. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal conduzida pelo BC junto a analistas de mercado, a taxa deve subir 0,75 ponto percentual, alcançando 12% ao ano.
Na reunião de novembro, o Copom destacou o aumento da incerteza econômica nos Estados Unidos. Embora não tenha citado diretamente a reeleição de Donald Trump, o comitê mencionou o impacto de uma conjuntura econômica incerta naquele país, apontando dúvidas sobre a desaceleração econômica, a desinflação e as políticas do Federal Reserve (Fed). Internamente, o BC destacou a necessidade de ajustes na política fiscal, com ênfase no controle dos gastos públicos.
A decisão final será anunciada nesta quarta-feira (11). Após manter a Selic em 13,75% ao ano entre agosto de 2021 e agosto de 2022, o Copom reduziu a taxa gradualmente até maio deste ano, quando atingiu 10,5% ao ano, menor nível desde fevereiro de 2022. No entanto, os aumentos foram retomados em julho deste ano.
Na ata da última reunião, o Copom alertou para a possibilidade de prolongar o ciclo de alta da Selic, afirmando que o atual cenário econômico exige uma postura mais restritiva. A estimativa de inflação para 2024 também foi revisada no boletim Focus, subindo de 4,71% para 4,84%. Esse valor ultrapassa o teto da meta de inflação de 3%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com um intervalo de tolerância de até 1,5 ponto percentual.
A taxa Selic serve como referência para as demais taxas de juros na economia e é o principal instrumento do Banco Central no controle da inflação. Sua elevação busca conter a demanda aquecida, encarecendo o crédito e incentivando a poupança. Contudo, taxas mais altas também podem limitar o crescimento econômico.
Por outro lado, uma redução na Selic tende a baratear o crédito, estimulando consumo e produção, mas podendo enfraquecer o controle inflacionário.
O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia, ocorrem apresentações técnicas sobre o panorama econômico global e nacional, enquanto no segundo, os membros da diretoria do BC deliberam sobre o ajuste da Selic.
Para 2024, a meta de inflação definida pelo CMN é de 3%, com intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%. Essa mesma meta foi estabelecida para 2025 e 2026.
No último Relatório de Inflação, divulgado em setembro, o BC projetou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 4,31% para 2024, previsão anterior aos impactos da recente alta do dólar e das condições climáticas adversas. Um novo relatório está previsto para o fim de dezembro.
Com informações da Agência Brasil.
Fonte: Portal do Agronegócio
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