Mercado Financeiro

Copom mantém Selic em 15% e sinaliza juros altos por período prolongado para controlar a inflação

Comitê inicia novo estágio de política monetária


Publicado em: 23/09/2025 às 10:55hs

Copom mantém Selic em 15% e sinaliza juros altos por período prolongado para controlar a inflação

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano, nível mais alto em quase duas décadas. Segundo a ata da última reunião, realizada nos dias 16 e 17 de julho, o colegiado considera que, após uma forte elevação dos juros, é hora de avaliar os impactos acumulados das medidas já tomadas.

De acordo com o documento, o Copom inicia um “novo estágio”, no qual os juros permanecerão inalterados por um período bastante prolongado, até que se confirme a convergência da inflação para a meta.

Inflação segue pressionada, apesar da queda do dólar

O Banco Central destacou que a recente valorização do real frente ao dólar tem efeito positivo sobre a inflação, ao baratear importações e reduzir custos de produtos atrelados à moeda americana, como alimentos. No entanto, ressaltou que os núcleos de inflação permanecem acima do nível compatível com a meta.

O Copom alertou ainda para a resiliência da inflação de serviços, sustentada por um mercado de trabalho aquecido, mesmo em um cenário de moderação gradual da atividade econômica.

Projeções continuam acima da meta

As expectativas de inflação para os próximos anos seguem acima da meta de 3%, definida pelo sistema de metas contínuas vigente desde 2025.

Segundo o Boletim Focus, a projeção é de 4,83% para 2025, 4,29% para 2026, 3,9% para 2027 e 3,7% para 2028, todas acima do objetivo central. Em junho, a inflação acumulada superou a meta por seis meses consecutivos, o que obrigou o Banco Central a divulgar uma carta explicando os motivos.

O BC reforçou que a “reancoragem” das expectativas exige perseverança e firmeza na condução da política monetária.

Cenário externo impõe cautela

No ambiente internacional, a conjuntura segue marcada por incertezas ligadas à política econômica dos Estados Unidos, ao ritmo de crescimento da maior economia do mundo e aos efeitos de tarifas comerciais sobre a inflação americana.

Essa volatilidade, segundo o Copom, tem impacto direto sobre ativos financeiros e exige cautela redobrada de economias emergentes, especialmente em um quadro de tensões geopolíticas.

Compromisso com o controle da inflação

Apesar de reconhecer a queda gradual da inflação corrente e alguma redução das expectativas, o Banco Central afirmou que manterá postura vigilante. O Copom não descarta retomar o ciclo de alta de juros, caso considere necessário, reafirmando seu compromisso de trazer a inflação para dentro da meta.

Fonte: Portal do Agronegócio

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