Publicado em: 27/11/2013 às 19:00hs
O dólar comercial encerrou ontem em alta de 0,35%, cotado a R$ 2,296, pressionado pela saída de recursos no mercado à vista e pelo movimento de alta da moeda americana no exterior frente às principais divisas de emergentes.
A entrada de parte dos recursos pela Vale referente à venda da participação da mineradora na empresa norueguesa Norsk Hydro, que somou US$ 1,82 bilhão, ajudou a compensar o envio de remessa por uma empresa estrangeira registrado ontem pela manhã.
Os investidores também monitoram a possível entrada de recursos para a oferta da Via Varejo, que poderá movimentar até R$ 4,8 bilhões com a venda de ações da família Klein e do Grupo Pão de Açúcar. O fechamento do livro de ofertas está marcado para 12 de dezembro e a negociação na bolsa ocorre no dia 16 de dezembro. No entanto, a tendência para o período é de um fluxo cambial mais negativo em função da concentração do aumento de remessas de lucros e dividendos para o exterior.
Lá fora, o dólar subiu frente às principais moedas emergentes, depois da divulgação da alta de 13,3% do índice de preços dos imóveis nos Estados Unidos, o S&P Case-Shiller, em setembro em relação ao mesmo período do ano passado, o que ajudou a reforçar a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) deve iniciar a retirada dos estímulos em breve.
No mercado local, o Banco Central rolou mais um lote de 20 mil contratos de swap cambial, completando a rolagem de 90% dos US$ 10,11 bilhões em contratos que tinham vencimento previsto para 2 de dezembro. A autoridade monetária realiza hoje o leilão de rolagem de mais US$ 1,11 bilhão, completando assim a renovação integral dos contratos.
A dúvida sobre a prorrogação do programa de intervenção para 2014 pelo BC é um dos elementos fundamentais para o dólar no curto prazo. Na visão do economista sênior do BES Investimento, Flávio Serrano, "faz sentido" o BC estender o programa de leilões até pelo menos o início do próximo ano, dependendo das expectativas para a retirada dos estímulos nos EUA.
De qualquer forma, a tendência do real é de desvalorização no médio prazo. "Existe uma questão estrutural na balança de pagamentos que tem pesado e deve continuar pressionando a moeda. Antes tínhamos um déficit [em conta corrente] confortável e investimentos estrangeiros que cobriam totalmente essa diferença. Agora não mais", diz Serrano, prevendo um dólar a R$ 2,45 no fim de 2014.
Fonte: Canal do Produtor
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