Publicado em: 20/10/2025 às 11:25hs
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manteve a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,3% para 2025, mas revisou para baixo a expectativa da indústria, que deve avançar apenas 1,6%, segundo o Informe Conjuntural do 3º trimestre divulgado nesta sexta-feira (17).
O desempenho da economia será sustentado principalmente pelo setor agropecuário, que deve crescer 8,3%, e pelos serviços, projetados em 2%, enquanto a indústria de transformação enfrenta forte desaceleração.
A indústria de transformação apresenta a maior queda de ritmo em relação a 2024, quando cresceu 3,8%. A previsão inicial para 2025 era de 1,9%, revisada para 1,5% no 2º trimestre e agora ajustada para 0,7%.
A indústria da construção também teve sua projeção reduzida, de 2,2% para 1,9%, impactada pelos juros elevados, que reduziram vendas do varejo de produtos da construção, produção de insumos e contratação de mão de obra.
Segundo Mário Sérgio Telles, diretor de Economia da CNI, os principais fatores para a desaceleração da indústria de transformação são:
O desempenho da indústria extrativa, com crescimento projetado de 6,2%, evitou que a queda do setor industrial fosse ainda maior, impulsionada pelo patamar elevado da produção de petróleo.
A CNI revisou para cima a previsão do agro, de 7,9% para 8,3%, devido ao desempenho positivo da produção agrícola. O setor de serviços teve crescimento revisado de 1,8% para 2%, impulsionado pelo mercado de trabalho aquecido e pelo aumento das despesas primárias do governo federal no segundo semestre.
O valor das importações deve atingir recorde em 2025, com US$ 287,1 bilhões, alta de 4,8% em relação a 2024, devido a preços mais baixos no exterior e maior demanda interna.
As exportações devem crescer 2,3%, totalizando US$ 347,5 bilhões, apoiadas pelo desempenho do agro, da indústria extrativa e dos primeiros meses do ano na indústria de transformação. A balança comercial deve registrar superávit de US$ 60,5 bilhões, 8,2% inferior ao de 2024.
A CNI projeta que a inflação (IPCA) fechará 2025 em 4,8%, mesma taxa de 2024, acima do teto da meta de 4,5%. Apesar da desaceleração da inflação, a Selic deve permanecer em 15%, gerando juros reais de 10,3%, bem acima dos 7% em 2024.
Os juros elevados devem reduzir o apetite por crédito, com crescimento real projetado de apenas 5,5%, quase metade dos 10,7% de 2024. O cenário externo e a desaceleração da indústria também impactarão os investimentos, estimados em alta de 3%, ante 7,3% no ano anterior.
O mercado de trabalho deve desacelerar no 2º semestre, mas a massa de rendimentos reais deve subir 5,4%, mantendo o consumo das famílias em crescimento de 2,3%.
As despesas federais devem acelerar no segundo semestre devido ao pagamento de precatórios e aumento das despesas discricionárias, mas o crescimento anual será de 3,5%, ligeiramente abaixo dos 3,7% de 2024.
Fonte: Portal do Agronegócio
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