Publicado em: 14/11/2025 às 10:45hs
Os mercados acionários em Wall Street mostravam-se nesta sexta-feira em um tom de cautela, enquanto investidores aguardam a divulgação de dados econômicos que estavam represados. A paralisação do governo dos Estados Unidos, que se tornou a mais longa da história do país, foi encerrada com a assinatura de um projeto de lei pelo presidente Donald Trump.
A retomada do funcionamento do governo norte-americano reabre a publicação de relatórios econômicos fundamentais para as decisões do Federal Reserve — embora a divulgação de alguns, como emprego ou inflação, possa não ocorrer conforme previsto.
Na manhã brasileira, o índice Dow Jones Industrial Average caía cerca de 0,18% para 48.167,81 pontos; o S&P 500 perdia 0,53%, situando-se em 6.814,89 pontos; e o Nasdaq Composite registrava queda de 0,87%, aos 23.192,28 pontos.
Na Europa, as bolsas fecharam em retração — o STOXX 600 recuou 0,61%; a CAC 40 (França) caiu 0,11%; o DAX (Alemanha) perdeu 1,39%; e o FTSE 100 (Reino Unido) teve baixa de 1,05%.
Nos mercados asiáticos, houve alta impulsionada pelas ações de novas energias na China e pela expectativa de dados de consumo e industrialização a serem divulgados: o principal índice de Xangai subiu 0,73% até 4.029 pontos; o CSI 300 avançou 1,21% para 4.702 pontos; Hong Kong ganhou 0,56% a 27.073 pontos; e Tóquio teve alta de 0,43% a 51.281 pontos.
Entretanto, apesar da abertura positiva, as bolsas chinesas e de Hong Kong registraram uma reversão, sofrendo as maiores quedas em quase um mês após o recuo de Wall Street e a divulgação de dados fracos da economia chinesa.
O índice de Xangai caiu 1%, o CSI300 recuou 1,6% e o Hang Seng Index (Hong Kong) despencou 1,9%. As ações de tecnologia lideraram as perdas depois de vendas intensas nos EUA de empresas-chave de inteligência artificial — desencadeadas, em parte, pela menor probabilidade de corte de juros pelo Fed em dezembro.
Os dados mostraram que a recuperação econômica da China está perdendo ritmo: tanto a produção industrial quanto as vendas no varejo cresceram no ritmo mais lento em mais de um ano em outubro; os preços de casas novas caíram no patamar mensal mais forte em doze meses.
No cenário doméstico, o índice Ibovespa registrou queda de 0,30%, encerrando o pregão aos 157.162 pontos.
O movimento reflete não apenas o ambiente externo — com o fim da paralisação nos EUA e a incerteza sobre dados econômicos —, mas também o direcionamento dos investidores aos resultados do terceiro trimestre de empresas brasileiras.
Entre os fatores citados, estão o desempenho de empresas como Banco do Brasil, Rede D’Or São Luiz, Embraer e Localiza Rent a Car, que registraram recuos entre 1,1% e 2,4% no pregão analisado. Entre as commodities, a Vale teve pequeno recuo, enquanto a Petrobras avançou 0,9% com suporte das cotações do minério de ferro e do petróleo.
No acumulado de 12 meses, o Ibovespa apresentava valorização de cerca de 22,98%.
Com a reabertura do governo dos EUA, os mercados globais esperam os próximos relatórios de emprego, inflação e atividade industrial — fatores com impacto direto sobre a política monetária do Fed.
A economia chinesa, essencial para o ciclo global de commodities, mostra sinais de arrefecimento, o que representa risco para países exportadores e pode influenciar as bolsas com maior peso em matérias-primas.
No Brasil, o foco se desloca para os balanços corporativos, ao passo que o ambiente externo e a oscilação das commodities mantêm a atenção dos investidores.
Para o agronegócio — principal setor de interface com o ambiente externo —, a conjuntura global e doméstica pode influenciar desde custos de insumos até demanda por commodities.
Fonte: Portal do Agronegócio
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