Publicado em: 06/10/2025 às 10:55hs
O Banco Central Europeu (BCE) pode considerar novos cortes nos juros caso os riscos de a inflação ficar abaixo da meta se intensifiquem. A avaliação foi feita nesta segunda-feira (6) pelo economista-chefe da instituição, Philip Lane, durante discurso em Frankfurt.
Segundo ele, a mudança no perfil de risco da inflação será determinante nas próximas decisões de política monetária do BCE. “Um aumento na probabilidade ou intensidade dos fatores de risco de baixa fortaleceria o argumento de que uma taxa de juros ligeiramente mais baixa poderia proteger melhor a meta de inflação de médio prazo”, afirmou Lane.
Por outro lado, destacou que se houver maior risco de alta da inflação, a manutenção da taxa atual “seria apropriada no curto prazo”.
Desde o início do ano, o BCE reduziu as taxas de juros em dois pontos percentuais até junho, mas manteve a política estável desde então. Atualmente, o custo básico dos empréstimos está em 2% ao ano, nível considerado adequado por parte das autoridades monetárias.
Os dirigentes do banco estão divididos entre seguir com a redução gradual dos juros ou preservar o patamar atual, já que a inflação na zona do euro voltou a ficar próxima da meta oficial de 2%.
Nos mercados financeiros, as expectativas indicam baixa probabilidade de novos cortes nas taxas até o fim de 2025. As declarações do vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, reforçaram essa visão.
“Podemos dizer que os riscos para a inflação estão equilibrados e que nossas projeções mostram que o objetivo de estabilidade de preços está sendo alcançado até certo ponto”, disse De Guindos durante evento em Madri. “Consideramos que o nível atual das taxas é adequado com base nas tendências recentes da inflação.”
Apesar da sinalização de estabilidade, parte dos membros do BCE teme efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre a economia europeia. Além disso, a valorização do euro tem levantado preocupações sobre a competitividade das exportações da região.
Um euro mais forte tende a reduzir o custo dos produtos importados, o que pode empurrar a inflação para baixo — abaixo da meta de 2% estabelecida pela instituição.
Fonte: Portal do Agronegócio
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