Mercado Financeiro

BC reforça vigilância até 2026 e mantém Selic alta para controlar inflação

Banco Central reforça compromisso com o controle dos preços, mantendo juros altos para garantir estabilidade econômica nos próximos anos


Publicado em: 12/08/2025 às 11:13hs

BC reforça vigilância até 2026 e mantém Selic alta para controlar inflação

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, alertou que o período entre o final de 2025 e 2026 exigirá atenção rigorosa da autoridade monetária para conter expectativas de inflação desancoradas. Para isso, será necessário manter a taxa Selic em um nível restritivo por um tempo prolongado.

Selic permanece alta para conter a inflação no Brasil

Em evento da Associação Comercial de São Paulo, Galípolo explicou que a suspensão temporária da alta dos juros permite ao BC analisar os dados econômicos e confirmar se o atual patamar da Selic é suficiente para levar a inflação à meta oficial.

Ele destacou que:

  • Expectativas de inflação continuam elevadas e preocupam o Banco Central;
  • Manter a taxa Selic alta é fundamental para controlar a alta de preços, especialmente dos alimentos e combustíveis;
  • O BC não prevê cortes na Selic em curto prazo, após mantê-la em 15% em julho.
Projeções indicam inflação acima da meta para os próximos anos

O boletim Focus, pesquisa que reúne projeções do mercado, indica:

  • Inflação de 5,05% para 2025;
  • 4,41% para 2026;
  • 4,00% para 2027;
  • valores todos acima do centro da meta de 3%.

Galípolo ressaltou que as previsões tendem a subestimar a pressão inflacionária, o que reforça a necessidade de vigilância constante.

Desafios na política monetária e impacto na agropecuária

Um dos principais desafios para o Brasil é a normalização dos canais de transmissão da política monetária, que estão comprometidos por problemas estruturais antigos.

Galípolo explicou que:

  • A resolução dessa questão levará tempo e dependerá de uma série de reformas;
  • A política fiscal tem mostrado mais eficiência recentemente, com gastos públicos gerando maior crescimento econômico;
  • Esses fatores são importantes para setores como a agropecuária, que dependem de estabilidade para planejar investimentos.
Tarifas dos EUA e riscos para os alimentos e combustíveis no Brasil

Galípolo comentou sobre a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, um fator que:

  • Antes era visto como desvantagem devido à baixa dependência comercial, mas agora serve como proteção em meio à guerra tarifária;
  • Pode afetar a dinâmica do mercado interno, com possível aumento de oferta e redução temporária de preços;
  • Pode provocar desvalorização do real e impactos duradouros na atividade econômica, afetando diretamente os preços de alimentos e combustíveis no país.

O Banco Central já incorporou esses riscos em seu balanço, mas alertou que ainda não foram plenamente refletidos nas projeções econômicas.

Vigilância rigorosa para controlar a inflação em alimentos e combustíveis

Com a inflação acima da meta e riscos externos, o BC reforça a necessidade de manter a Selic em nível elevado para conter a alta dos preços, especialmente nos setores de alimentos, agropecuária e combustíveis. O acompanhamento constante da economia será essencial para garantir estabilidade e segurança para o mercado e a população.

Fonte: Portal do Agronegócio

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