Publicado em: 10/10/2013 às 18:10hs
Consolidou, assim o maior, ciclo de elevação da taxa do governo Dilma Rousseff. Já são 2,25 pontos percentuais desde abril.
Além disso, o comunicado oficial reforçou a avaliação dos analistas de que os juros podem chegar a 10% na próxima reunião marcada para 27 de novembro. Ao repetir o mesmo texto das reuniões anteriores, na sequência das quais houve aumento de 0,5 ponto porcentual, eles entenderam que ficou indicada uma nova alta da mesma magnitude na próxima reunião.
De acordo com o comunicado, o comitê avaliou de forma unânime que a decisão de aumentar a Selic em 0,5 ponto porcentual contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano.
A quinta alta consecutiva da taxa básica de juros confirmou as expectativas dos economistas.
Eles já apostavam no número de 0,5 ponto porcentual, e esse aumento foi dado como garantido depois que ontem mesmo, pela manhã, o IBGE tornou público o resultado do IPCA de setembro.
O índice de inflação oficial do País mostrou aumento de 0,24% em agosto para 0,35%em setembro. Apesar de ter ficado dentro das projeções, a resistência inflacionária foi lida como um movimento não isolado do IPCA. O IGP-DI, por exemplo, avançou de 0,46% para 1,36% no mesmo período.
Viagem. Os motivos que levaram o Comitê a manter o aperto monetário serão detalhados na quinta-feira da próxima semana, com a divulgação da ata da reunião de ontem. Para a equipe de economistas da corretora Concórdia, a diretoria do BC deverá fundamentar sua decisão em três pontos principais: o patamar desvalorizado da taxa de câmbio, associado às incertezas do cenário internacional; a recente aceleração dos indicadores de preço; e a perspectiva de um novo reajuste nos preços dos combustíveis em 2013.
Para o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Lima Gonçalves, o cenário sofreu modificações desde a reunião do Copom anterior. "Umas coisas para melhor, outras nem tanto.
Mas o dominante foi para melhor", avaliou. Por isso, o BC preferiu não deixar a situação amarrada. Pelos cálculos do economista, a Selic chegará ao final do ano em 10%.
O economista-chefe para América Latina do HSBC Bank, André Loes, é um dos poucos analistas do mercado a acreditar que, com a decisão de ontem, o Banco Central encerra o período de aperto monetário.
Para ele, não há necessariamente obrigação de o Copom antecipar no comunicado que se segue à decisão alguma menção ao fim do ciclo atual de alta.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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