O bloco dos Brics - formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - concordou com a estrutura de um banco de desenvolvimento proposto, com US$ 50 bilhões em capital, mas a resolução de detalhes difíceis pode levar meses, disse o vice-ministro das Finanças russo, Sergei Storchak. Autoridades dos países concordaram em agosto que o capital do banco deve vir de três categorias de pagamento, incluindo assinaturas, afirmou Storchak.

O processo de criação do banco de desenvolvimento destinado a fornecer fundos para projetos de Infraestrutura tem sido lento, com discordância prolongada sobre o financiamento e a gestão da instituição.

- Devemos assumir que o banco não vai começar a funcionar tão rápido quanto se poderia imaginar. Vai levar meses, talvez um ano - disse.

Na reunião de cúpula das 20 maiores economias do mundo (G-20) nesta semana, em São Petersburgo, na Rússia, os líderes dos Brics vão se reunir em um formato não oficial, afirmou Storchak, para discutir o progresso da criação do banco e de um fundo de reserva comum. As questões de divisão do capital, o pagamento do capital, a localização e a administração do banco ainda precisam ser decididas:

- Estes são temas sistêmicos, complicados, (e) as negociações são difíceis.

O grupo tem se esforçado para tomar uma ação coordenada após um êxodo de capitais destes países. Um funcionário do governo brasileiro envolvido nas negociações sobre o banco de desenvolvimento dos Brics afirmou que os integrantes do grupo ainda estão discutindo o quanto cada país vai dispor. Ele informou que o Brasil apoia a ideia de que cada país contribua com US$ 10 bilhões ao banco.

- Há alguns países que querem uma estrutura diferente. Não vai ser uma negociação fácil - avaliou a autoridade, que pediu anonimato porque não estava autorizado a falar publicamente sobre o assunto.