Publicado em: 05/02/2021 às 09:00hs
A variação do Índice Nacional de Custos da Atividade Florestal (INCAF), em 2020, foi de 2,9%, bem abaixo da inflação no período, que foi de 4,5%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo). No quarto trimestre do ano passado, o INCAF subiu 1,3%, em comparação a uma inflação de 3,1%. Calculado pela Pöyry, empresa internacional de engenharia, projetos e consultoria, o INCAF monitora a evolução dos custos da atividade florestal no Brasil e é divulgado trimestralmente.
"A variação do INCAF, abaixo da inflação em 2020, é resultado, principalmente, da redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e do preço de importação em dólares dos fertilizantes, o que compensou a depreciação do real e o aumento do preço dos combustíveis", explica Dominique Duly, gerente de consultoria em Energia e Agroindústria da Pöyry no Brasil, ao acrescentar que a indústria florestal brasileira confirmou uma tendência de retomada dos negócios nos últimos três meses do ano.
De acordo com Dominique Duly, a evolução do INCAF no curto prazo nem sempre repercute nos preços de madeira pagos pelas indústrias, que dependem muito mais do balanço entre a oferta e a demanda ou de alguns fatores exógenos, como o dinamismo do mercado de construção norte-americano. "Ainda assim, é um importante termômetro que possibilita avaliar a rentabilidade dos produtores de madeira", afirma.
No quatro trimestre de 2020, os preços da madeira de Pinus variaram entre aumento e estabilidade em todos os estados, e foram influenciados pelo aquecimento da atividade na construção civil nacional, pelo aumento da produção de móveis e pelas condições favoráveis para as exportações de compensados.
Na avaliação da Pöyry, a recuperação do mercado interno está ocorrendo devido a um conjunto de fatores de curto prazo, como a demanda reprimida no segundo trimestre de 2020, a adaptação das residências para a prática do home office e os investimentos em segurança dos trabalhadores nas empresas, combinados com um efeito de fatores de longo prazo, como o baixo nível das taxas de juros. "Já as exportações vêm se beneficiando da desvalorização do real frente ao dólar e também da retomada do mercado da construção civil norte-americano aos níveis pré-pandemia", analisa Dominique Duly.
No mercado de madeira de eucalipto, a desvalorização da moeda brasileira permitiu a manutenção, em níveis recordes, das exportações de ferro gusa, o que favoreceu o aumento dos preços da madeira de processo no Polo Siderúrgico, em Minas Gerais. Nas outras regiões - Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo -, fatores locais influenciaram a variação de preços.
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Fonte: GPCOM Comunicação Corporativa
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