Mercado Financeiro

Atividade econômica recua 0,5% em julho e mantém tendência de queda, aponta Banco Central

Terceiro mês consecutivo de retração


Publicado em: 15/09/2025 às 10:55hs

Atividade econômica recua 0,5% em julho e mantém tendência de queda, aponta Banco Central

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado a “prévia do PIB”, registrou queda de 0,5% em julho em relação ao mês anterior, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (15) pelo Banco Central (BC).

O resultado, calculado após ajuste sazonal, marca o terceiro mês seguido de retração. A última alta havia sido em abril, quando o indicador avançou 0,4%.

Em junho, o recuo havia sido menor, de 0,2%, mostrando intensificação da desaceleração econômica.

Desempenho por setor

A queda de julho foi puxada principalmente pela indústria e pela agropecuária. Confira os resultados:

  • Agropecuária: -0,8%
  • Indústria: -1,1%
  • Serviços: -0,2%

Na comparação com julho de 2024, porém, o índice apresentou alta de 1,1% (sem ajuste sazonal).

Acumulado do ano e em 12 meses

Apesar da retração mensal, o IBC-Br mostra desempenho positivo no acumulado:

  • Janeiro a julho de 2024: crescimento de 2,9%
  • 12 meses até julho: expansão de 3,5%

Esses cálculos também não consideram ajuste sazonal.

Juros altos travam atividade econômica

A desaceleração já era esperada por analistas e pelo próprio BC, em razão do patamar elevado da taxa Selic, atualmente em 15% ao ano — o mais alto em quase duas décadas.

Segundo o Banco Central, a manutenção dos juros nesse nível por um “período prolongado” é necessária para conter a inflação e trazer o índice para a meta de 3%.

Projeções do PIB

O mercado financeiro prevê crescimento de 2,16% do PIB em 2025, abaixo da alta de 3,4% registrada em 2024. Já a projeção do Banco Central para este ano é de expansão de 2,1%.

Na ata mais recente do Copom, divulgada em agosto, o BC destacou que a economia ainda opera acima do seu potencial, mas com sinais de moderação no ritmo de crescimento.

Diferença entre IBC-Br e PIB

O IBC-Br é chamado de “prévia do PIB”, mas tem metodologia distinta da usada pelo IBGE, responsável pelo cálculo oficial.

Enquanto o indicador do Banco Central considera estimativas de agropecuária, indústria, serviços e impostos, o PIB do IBGE também incorpora o lado da demanda, o que pode gerar resultados diferentes.

O IBC-Br é utilizado pelo BC como uma das ferramentas para definir a taxa básica de juros. Um crescimento mais acelerado da economia tende a pressionar a inflação, influenciando a política monetária.

Fonte: Portal do Agronegócio

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