Publicado em: 14/07/2025 às 10:35hs
A economia brasileira registrou, em maio, sua primeira contração do ano, encerrando uma sequência de quatro meses consecutivos de crescimento. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (15), caiu 0,7% em comparação com abril, já considerando os ajustes sazonais.
O resultado ficou bem abaixo da expectativa de estabilidade apontada por analistas ouvidos pela Reuters, em um cenário ainda marcado por política monetária restritiva.
Apesar da retração mensal, o IBC-Br apresentou alta de 3,2% na comparação com maio de 2023. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o avanço foi de 4,0%, segundo dados sem ajuste sazonal.
A principal influência negativa sobre o índice em maio veio da agropecuária, cujo IBC-Br caiu 4,2% em relação ao mês anterior.
Outros setores também apresentaram desempenho fraco:
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas o setor de serviços teve variação positiva em maio, com alta de 0,1% frente a abril — resultado abaixo do esperado.
A produção industrial caiu 0,5%, enquanto as vendas no varejo retraíram 0,2%.
Na reunião de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, para 15,00% ao ano. No comunicado, o Banco Central sinalizou que o atual ciclo de alta está próximo do fim e que a taxa básica deve permanecer inalterada por um "período bastante prolongado".
Analistas acreditam que a economia tende a desacelerar gradualmente devido ao efeito defasado da política monetária mais rígida, embora o mercado de trabalho continue mostrando força e contribua para a resiliência da atividade.
Mesmo diante dos sinais de desaceleração, o Ministério da Fazenda elevou na última sexta-feira sua projeção de crescimento para 2024, estimando uma alta de 2,5%. Para 2026, a expectativa é de desaceleração apenas marginal.
As estimativas atuais ainda não incorporam possíveis impactos da recente decisão dos Estados Unidos de elevar tarifas sobre produtos brasileiros de 10% para 50%, medida anunciada na semana passada pelo ex-presidente Donald Trump e que pode entrar em vigor já em agosto.
De acordo com o boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, o mercado projeta crescimento do PIB de 2,23% em 2025 e de 1,89% em 2026.
O IBC-Br é um indicador calculado pelo Banco Central que antecipa tendências do Produto Interno Bruto (PIB). Ele leva em consideração indicadores da produção agropecuária, industrial e de serviços, além dos impostos sobre a produção.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias