Publicado em: 07/10/2024 às 10:55hs
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou um avanço expressivo de 1,03% em setembro, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV). Em agosto, a alta havia sido de apenas 0,12%. Com este resultado, o índice acumula um aumento de 3,12% no ano e de 4,83% nos últimos 12 meses. Em comparação, em setembro de 2023, o IGP-DI apresentou uma elevação de 0,45% no mês, mas com uma queda acumulada de 5,34% nos 12 meses anteriores.
De acordo com André Braz, Coordenador dos Índices de Preços da FGV, o comportamento dos preços das commodities agrícolas, como soja, bovinos, leite e laranja, foi determinante para a aceleração da inflação ao produtor entre agosto e setembro. "Esses produtos tiveram alta significativa e colocaram o setor agrícola no centro da pressão inflacionária. No âmbito do consumidor, a energia elétrica, passagens aéreas, aluguéis, serviços bancários e cigarros foram os principais itens responsáveis pela elevação, com destaque para o setor de serviços," destacou Braz. No setor da construção civil, o aumento nos preços dos materiais foi mais moderado, contribuindo para aliviar a inflação no segmento.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 1,20% em setembro, após avançar 0,11% em agosto. No detalhamento por estágios de processamento, o grupo Bens Finais registrou uma variação de 0,12% em agosto para 0,90% em setembro, influenciado principalmente pelo subgrupo de alimentos processados, cuja variação saltou de 0,83% para 2,60%. O índice de Bens Finais, excluindo alimentos in natura e combustíveis, subiu 1,19% no mês, contra 0,56% em agosto.
O grupo Bens Intermediários apresentou um leve aumento, de 0,61% em agosto para 0,62% em setembro, impulsionado pelos materiais e componentes para a manufatura, cuja variação passou de 0,60% para 1,23%. O índice, excluindo combustíveis e lubrificantes, subiu 1,05%, superior ao 0,69% registrado no mês anterior.
As Matérias-Primas Brutas inverteram o comportamento registrado em agosto, quando apresentaram queda de 0,47%, e subiram 2,19% em setembro. O avanço foi influenciado principalmente por itens como soja em grão (-2,03% para 6,51%), leite in natura (0,65% para 5,37%) e bovinos (2,75% para 5,87%). Em contrapartida, itens como cana-de-açúcar (1,35% para 0,11%), aves (1,99% para 1,18%) e algodão em caroço (-2,74% para -3,13%) contribuíram para a desaceleração.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) avançou 0,63% em setembro, após registrar queda de 0,16% em agosto. Das oito classes de despesa que compõem o índice, seis apresentaram aceleração: Habitação (-0,40% para 1,72%), Alimentação (-1,03% para 0,04%), Educação, Leitura e Recreação (-0,60% para 1,51%), Despesas Diversas (0,45% para 1,85%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,14% para 0,37%) e Comunicação (0,16% para 0,31%). Entre os destaques, estão a tarifa de eletricidade residencial (-2,09% para 7,04%), hortaliças e legumes (-17,25% para -9,56%), passagens aéreas (-3,46% para 8,78%) e cigarros (0,75% para 8,30%).
Por outro lado, os grupos Transportes (0,82% para -0,32%) e Vestuário (-0,04% para -0,09%) registraram desaceleração, com destaque para a queda nos preços da gasolina (2,29% para -0,96%) e das roupas (0,07% para -0,23%).
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,58% em setembro, frente aos 0,70% registrados em agosto. Entre os componentes do índice, Materiais e Equipamentos passaram de 0,77% para 0,53%, Serviços de 0,12% para 0,64%, e Mão de Obra de 0,69% para 0,64%.
O núcleo do IPC registrou uma alta de 0,39% em setembro, acima dos 0,20% registrados em agosto. Dos 85 itens que compõem o IPC, 42 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 28 apresentaram variações abaixo de 0,11%, enquanto 14 registraram aumentos superiores a 0,59%. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com variação positiva, subiu para 53,23% em setembro, contra 48,71% em agosto.
Fonte: Portal do Agronegócio
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