Publicado em: 11/07/2025 às 10:50hs
A valorização do dólar tem elevado o custo dos produtos importados, tornando o trigo nacional mais competitivo no Sul do Brasil. De acordo com a consultoria TF Agroeconômica, os moinhos do Rio Grande do Sul seguem comprando com cautela, focando nos melhores lotes da safra passada. As negociações ocorrem sob demanda, com limite de pagamento de R$ 1.330 por tonelada, e há recusa para produtos com pequenos defeitos.
Em 30 de junho, havia cerca de 360 mil toneladas de trigo disponíveis no Rio Grande do Sul. A projeção é que restem 130 mil toneladas até o fim de outubro, o que deve garantir o abastecimento até a entrada da nova safra.
Em Santa Catarina, os preços do trigo permanecem estáveis, mas os negócios seguem escassos. A alta oferta do trigo gaúcho pressiona os valores no estado. Recentemente, vendas de trigo pão ocorreram a R$ 1.400 FOB, enquanto os preços do produto gaúcho variam entre R$ 1.330 e R$ 1.360.
A nova safra catarinense preocupa. As vendas de sementes caíram 20%, e a Conab estima uma redução de 6,3% na produção estadual. Os preços pagos aos produtores se mantêm estáveis, entre R$ 75 e R$ 79 por saca, sem variações significativas nas últimas semanas.
No Paraná, o temor quanto à qualidade do trigo devido às geadas recentes fez os moinhos voltarem-se ao mercado externo. Trigo argentino e paraguaio estão sendo importados a preços semelhantes aos do produto nacional. A safra antiga continua com pouca movimentação, com vendedores pedindo até R$ 1.500 FOB, mas sem fechamento de negócios. Já os preços da safra nova estão 18,4% acima dos valores do mesmo período de 2024, refletindo um mercado mais firme.
Apesar do cenário desafiador, o preço médio da saca no Paraná caiu 0,35% na semana, fechando a R$ 77,42. O custo de produção estimado é de R$ 73,53, o que ainda garante um lucro médio de 5,29% para o produtor, mesmo com margens mais apertadas.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias