Mercado Financeiro

Açúcar recua nas bolsas internacionais com pressão da oferta indiana e câmbio no Brasil

Expectativa de exportações da Índia pesa sobre os preços


Publicado em: 17/09/2025 às 11:00hs

Açúcar recua nas bolsas internacionais com pressão da oferta indiana e câmbio no Brasil

O mercado internacional do açúcar registrou novas quedas ao longo desta semana, refletindo principalmente a expectativa de maior disponibilidade do adoçante pela Índia na safra 2025/26. O país asiático deve destinar cerca de 4 milhões de toneladas de cana à produção de etanol, mas o volume não deve ser suficiente para conter o excedente doméstico. Com isso, as usinas indianas podem exportar até 4 milhões de toneladas de açúcar — o dobro da projeção inicial de 2 milhões —, o que pressiona diretamente as cotações globais.

Cotações em Nova York e Londres

Na ICE Futures, em Nova York, os contratos do açúcar bruto acumularam desvalorização. O outubro/25 recuou para 15,72 centavos de dólar por libra-peso, enquanto o março/26 encerrou em 16,40 cents. Já na ICE Europe, em Londres, o açúcar branco também caiu: o contrato dezembro/25 fechou em US$ 459,10 por tonelada, e o março/26 encerrou a US$ 457,90 por tonelada.

Real valorizado limita perdas no Brasil

Apesar da pressão internacional, a valorização do real frente ao dólar — que atingiu o maior patamar em 15 meses — ajudou a limitar as perdas no Brasil. Um câmbio mais forte desestimula as exportações do país, maior fornecedor mundial do produto, e contribui para reduzir a intensidade das baixas no mercado futuro.

Fundos aumentam posições vendidas

Outro fator que influencia o movimento de preços é a atuação dos fundos de investimento. Dados da CFTC (Commodity Futures Trading Commission) apontam que, até 9 de setembro, as posições vendidas líquidas em açúcar aumentaram em 32.849 contratos, alcançando 182.608 — o maior volume em quase seis anos. Esse excesso pode abrir espaço para ajustes de cobertura e, eventualmente, favorecer altas técnicas em momentos de correção.

Produção brasileira avança com clima seco

No mercado interno, a produção segue em ritmo acelerado. Dados da Unica mostram que, apenas na primeira quinzena de agosto, São Paulo produziu 2,368 milhões de toneladas de açúcar, alta de 20,46% em relação ao mesmo período do ano anterior. O mix de produção nas usinas paulistas destinou 61,64% da matéria-prima ao adoçante, favorecido pelas condições de clima seco.

Açúcar cristal mantém estabilidade no mercado doméstico

Enquanto isso, os preços do açúcar cristal no mercado spot paulista apresentaram pouca variação. O Indicador Cepea/Esalq registrou média de R$ 118,79 por saca de 50 quilos entre 8 e 12 de setembro, uma leve alta de 0,22% em relação à semana anterior.

Etanol recua em Paulínia

Já o etanol hidratado registrou retração. O Indicador Diário Paulínia apontou queda de 0,51%, com o metro cúbico negociado a R$ 2.843,50 nas usinas.

Fonte: Portal do Agronegócio

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