Publicado em: 13/08/2014 às 19:40hs
Dados oficiais mostraram que em julho Portugal caiu numa deflação mais profunda, e a pesquisa sobre o sentimento dos agentes econômicos na Alemanha apurou a maior retração de mais de dois anos. Os preços de Portugal caíram 0,7% nos doze meses até julho, contrariando expectativas de uma queda de 0,2%. Isso chama a atenção para a ameaça que a queda dos preços continua a representar para essa economia do bloco.
Índice JEW - Já o índice ZEW de confiança do mercado financeiro na Alemanha ficou em 8,6 pontos em agosto, o nível mais baixo em 18 meses, com perda de 18,5 pontos em relação a julho. É a queda mais acentuada desde junho de 2012, em meio às tensões crescentes com a Rússia.
Ucrânia - O instituto ZEW disse que a crise na Ucrânia reduziu "significativamente" o investimento das empresas alemãs. "Tendo em vista que a economia da zona do euro também não está ganhando impulso, os sinais são de que o crescimento de 2014 na Alemanha será mais fraco que o previsto", disse o ZEW.
Alemanha - Dados do PIB a serem divulgados nesta quinta-feira (14/08) devem mostrar que a economia alemã não cresceu entre abril e junho, após crescer 0,8% nos três primeiros meses de 2014. "O temor está de volta", disse Carsten Brzeski, economista do banco ING. "O [índice] ZEW dá um sinal alarmante de que o desempenho do crescimento no segundo trimestre pode se transformar, de repente, de um crescimento isolado numa tendência indesejável."
Queda da confiança - A queda na confiança na Alemanha, a maior economia da zona do euro, ocorre num momento em que os dados oficiais de inflação de Portugal ressaltam que a demanda continua fraca em certas partes da periferia do bloco. Os dados de Portugal revelaram que as varejistas diminuíram os preços do vestuário e dos calçados, enquanto os custos caíram 7,45% no período de doze meses concluído em julho.
Surpresa - "Esse aprofundamento da queda em território negativo é um tanto surpreendente, pois ocorre contra um pano de fundo de indicadores cada vez mais aquecidos de confiança do consumidor", disse o economista Colin Bermingham, do BNP Paribas. "A falta de poder de fixar preços evidencia que as varejistas ainda não estão confiantes de que os consumidores conseguirão suportar aumentos de preços."
Impulso menor - Os dados desta terça-feira (12/08) foram divulgados em meio ao temor de que a recuperação da zona do euro está perdendo impulso. A inflação continua baixa em todo o bloco, e, a 0,4%, é inferior a 25% da meta fixada pelo Banco Central Europeu (BCE), de um percentual inferior, mas próximo, a 2%.
Queda - Os dados do PIB da zona do euro, que saem nesta quinta, devem revelar que o crescimento da economia do bloco caiu em relação ao 0,2% apurado nos três primeiros meses do ano, para 0,1% no segundo trimestre.
Fonte: Financial Times
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