Publicado em: 13/12/2013 às 17:10hs
A União Europeia (UE) não conseguiu chegar a um acordo nesta quinta-feira para emendar a diretriz de 2009, limitando a 7% a quantidade de biocombustíveis de primeira geração, aqueles produzidos com cereais ou oleaginosas, no combustível usado nos transportes.
Sendo assim, as metas da diretriz europeia sobre a incorporação de energias renováveis continuam inalteradas. Elas estabelecem que em 2020 a UE deve incorporar ao seu pacote energético uma parte de 20% de energias renováveis e uma parte de 10% de renováveis no setor dos transportes obtidos com biocombustíveis de primeira geração.
Considerou-se depois de fixar o objetivo com a diretriz de 2009 que esta poderia ter "efeitos colaterais negativos", ou seja, a destinação de terras agrícolas não para a alimentação, mas para a produção de combustíveis.
Portanto, em 2012, a Comissão propôs um teto de 5% de biocombustíveis. Em setembro, o Parlamento Europeu o elevou a 6% e, por fim, a presidência lituana do Conselho, que teve sua proposta rejeitada nesta quinta, o estabeleceu em 7%.
"Continua havendo problemas sem solução e, portanto, não foi possível chegar a um acordo", indicou o Conselho no documento de trabalho difundido ao final da votação.
Sete países votaram contra a proposta do Conselho, entre eles Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Dinamarca e Itália, pois estimaram que o limite devia ser de 5%. Hungria e Polônia votaram contra porque consideram o teto proposto "muito baixo", o que deixou em evidência uma situação de bloqueio por diferentes motivos.
"Vitória do biodiesel. Fracasso da luta contra a fome e da defesa do clima", protestou no Twitter a eurodeputada liberal francesa Corinne Lepage, que elaborou o compromisso adotado pelo Parlamento Europeu.
O organismo que reúne as empresas do setor, o European Biodiesel Board (EBB), saudou em um comunicado a decisão dos países membros, considerando necessário "mais trabalho para avaliar o verdadeiro e positivo impacto do nosso setor em termos de segurança energética, desenvolvimento rural e redução de carbono do transporte".
O comissário europeu de Energia, Gunther Oettinger, que promovia um teto de 5% de biocombustíveis, lamentou esta situação. "Não podemos continuar por mais sete anos com as diretrizes atuais. É preciso modificá-las", disse aos ministros durante debate esta manhã.
"Os Estados membros não quiseram adotar a proposta (da presidência) por diferentes motivos", disse durante coletiva de imprensa em seguida.
A emenda à diretriz também propunha introduzir um objetivo para os biocombustíveis de segunda geração, produzidos transformando algas ou rejeitos.
É pouco provável que os Estados membros cheguem a um acordo junto com o Parlamento sobre uma modificação da diretriz com a qual se rege o setor antes das eleições europeias de maio de 2014.
Fonte: AFP
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