Publicado em: 23/09/2025 às 15:10hs
A Comissão Europeia anunciou que pretende postergar por mais um ano a implementação da sua lei de combate ao desmatamento, segundo a comissária de Meio Ambiente do bloco, Jessika Roswall. A medida, que já havia sido adiada anteriormente, enfrenta desafios técnicos e regulatórios que dificultam a aplicação imediata.
Roswall afirmou que a proposta de adiamento será formalizada junto aos colegisladores e visa evitar transtornos às empresas e cadeias de suprimentos. “Temos preocupações em relação ao sistema de TI, dada a quantidade de informações que inserimos nele. É por isso que buscaremos, junto aos colegisladores, o adiamento por um ano”, disse a comissária.
O cumprimento da lei exige sistemas sofisticados de rastreamento, capazes de fornecer dados precisos sobre a origem das commodities importadas, sob risco de multas para os importadores.
A legislação europeia busca conter o desmatamento vinculado à importação de produtos como borracha, soja e carne bovina. No entanto, tem sido criticada por sua complexidade burocrática e pelos impactos sobre pequenos agricultores.
O primeiro adiamento ocorreu no final de 2024, quando a implementação foi postergada em 12 meses, e a nova extensão levaria a aplicação da lei para quase o final de 2026. Algumas empresas, como a Barth & Co., que importa pisos de parquet, receberam o novo adiamento com alívio devido às dificuldades em obter dados de geolocalização precisos.
O novo atraso pode afetar a credibilidade da UE em relação às suas metas climáticas, especialmente após compromissos assumidos na COP26, em Glasgow, para conter o desmatamento global. Grupos ambientalistas alertam para os impactos diretos sobre florestas, incêndios e eventos climáticos extremos.
“Cada dia que essa lei é adiada equivale a mais florestas devastadas, mais incêndios florestais e mais eventos climáticos extremos”, afirmou Nicole Polsterer, ativista da ONG Fern.
Autoridades europeias e parlamentares também devem pressionar por simplificações nas regras, incluindo a possível criação de uma categoria de “desmatamento de risco zero” para reduzir a burocracia. Peter Liese, líder ambiental do Partido Popular Europeu, enfatizou a necessidade de implementação urgente dessas simplificações.
O adiamento da lei pode aliviar a pressão inflacionária sobre alimentos e commodities, beneficiando a disponibilidade de produtos como café, cacau e grãos em um mercado global já tensionado.
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Fonte: Portal do Agronegócio
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