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Tarifa proposta por Trump pode prejudicar exportações agrícolas dos EUA para a China

Brasil e Argentina podem ser favorecidos com a mudança nas dinâmicas comerciais


Publicado em: 02/12/2024 às 11:15hs

Tarifa proposta por Trump pode prejudicar exportações agrícolas dos EUA para a China

As exportações de milho e soja dos Estados Unidos para a China podem sofrer quedas significativas caso uma tarifa de 60% sobre produtos chineses, proposta pelo ex-presidente Donald Trump, seja efetivamente implementada. Um estudo realizado pelas associações National Corn Growers Association (NCGA) e American Soybean Association (ASA) analisou os impactos de uma possível nova guerra comercial, com base nas tarifas retaliatórias impostas entre 2016 e 2020. Durante esse período, as medidas punitivas resultaram em perdas expressivas para os exportadores americanos, afetando principalmente os produtores agrícolas e as economias rurais.

O estudo indica que, caso a China volte a adotar as tarifas anteriores ao acordo comercial da Fase I, de 2020, as exportações de soja dos Estados Unidos para o país asiático poderiam cair entre 14 e 16 milhões de toneladas por ano, o que representaria uma redução média de 52% no volume esperado. As exportações de milho sofreriam um impacto ainda mais acentuado, com uma queda anual estimada em 2,2 milhões de toneladas, ou 84% em média. Mesmo que os Estados Unidos redirecionem sua produção para outros mercados, o preço do milho poderia cair em 13 centavos por bushel, o que resultaria em perdas anuais de US$ 1,4 bilhão para os produtores americanos.

Enquanto os agricultores dos Estados Unidos enfrentariam sérias dificuldades, os produtores sul-americanos, especialmente do Brasil e da Argentina, se beneficiariam dessa mudança. A América do Sul teria acesso ampliado a mercados e preços mais altos, com um aumento no valor de sua produção agrícola. De acordo com a NCGA, o impacto negativo não se restringiria apenas aos agricultores, mas também afetaria toda a economia rural americana, que depende da força do setor agrícola para gerar empregos e sustentar serviços essenciais.

O Acordo da Fase I, assinado em janeiro de 2020, havia amenizado parcialmente as tensões comerciais iniciadas em 2018, com a China se comprometendo a adquirir US$ 80 bilhões em produtos agrícolas americanos entre 2020 e 2021. Esse aumento temporário nas exportações mostrou a relevância da relação comercial entre os dois países. Scott Gerlt, economista-chefe da ASA, alerta: “Uma nova guerra comercial agravaria as já difíceis condições econômicas dos agricultores, podendo causar perdas de mercado permanentes”.

Fonte: Portal do Agronegócio

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