Publicado em: 10/07/2025 às 19:00hs
A decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil, a partir de 1º de agosto de 2025, acendeu um alerta no agronegócio nacional. A medida, formalizada pelo ex-presidente Donald Trump, foi comunicada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e atinge até mercadorias que passam por países terceiros antes de chegar aos EUA.
Frederico Franco, especialista em riscos, compliance e auditoria, explica que a tarifa representa “um pedágio extra no preço final”. Um produto brasileiro que custava US$ 100 passará a valer US$ 150 para o consumidor americano, tornando os produtos brasileiros menos competitivos e menos atraentes no mercado dos EUA.
O café, as carnes e o suco de laranja estão entre os segmentos mais impactados. O Brasil domina 32% do mercado americano de café e vinha ampliando suas exportações de carne para os EUA, com crescimento de 113%. Franco exemplifica: “Uma tonelada de carne que hoje é vendida por US$ 5.700 pode custar US$ 8.600, tornando inviável continuar exportando nessas condições.”
Além da tarifa, o anúncio provocou uma valorização imediata do dólar, elevando o custo dos insumos agrícolas importados. “Estamos diante de um ciclo vicioso: insumos mais caros e perda de competitividade externa”, destaca o especialista.
Segundo Frederico Franco, o país tem três alternativas para lidar com o cenário:
Franco ressalta que a Frente Parlamentar da Agropecuária já articula esforços para a via diplomática. “Essa decisão, se mantida, pode comprometer a estratégia de exportação do agro brasileiro para os próximos anos.”
Contexto político e diplomático
A imposição da tarifa ocorre em meio a tensões diplomáticas e coincide com a realização da cúpula do Brics no Rio de Janeiro. Bastidores políticos interpretam o endurecimento das regras comerciais como uma retaliação à postura do Brasil dentro do bloco dos países emergentes.
Fonte: Portal do Agronegócio
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