Publicado em: 12/11/2013 às 17:50hs
Atualmente, investidores só podem adquirir pequenas fatias - insuficientes para influenciar decisões sobre gestão - de estatais que são negociadas em Bolsa. As novidades devem ter desdobramentos após o fim do Terceiro Congresso do Comitê Central do Partido Comunista, que termina hoje.
- Serão dados passos importantes na reforma de empreendimentos do Estado - diz Huang Shuhue, vice-presidente da Comissão de Administração e Supervisão de Ativos do Estado (Sasac), que regula 112 grandes empresas, ao jornal China Daily .
Autoridades da comissão afirmaram que, com participações maiores na companhias, os estrangeiros podem ter mais voz em sua gestão. As estatais têm ativos da ordem de US$ 7,35 trilhões e dominam setores como bancário, defesa, insumos básicos, energia, gás, Petróleo, automotivo e telecomunicações. No mês passado, a Sasac afirmara que a reforma das estatais poderia dar aos investidores privados mais acesso a segmentos dominados por estatais.
Na avaliação de Cláudio Frischtak, da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios, o governo chinês busca tornar as empresas mais racionais:
- As empresas estatais investem excessivamente, muitos empreendimentos não têm racionalidade econômica, e não há retorno financeiro. A ideia é que o capital privado possa ajudar nisso.
Segundo o diretor executivo da consultoria China Invest, Thomaz Machado, o anúncio segue num caminho de aumento da participação privada na economia chinesa.
- O capital privado vem aumentando nas estatais chinesas, mas hoje está só nas empresas listadas em Bolsa. Agora, vai se estender a outras estatais.
Vale venderá fatia na Hydro
Para Frischtak, no entanto, o impacto da injeção de capital privado na economia chinesa deve ser menor agora do que se ocorresse em 2007 ou 2008.
- A reforma ocorre num momento em que a economia americana volta a ser mais atraente, o que também começa a se ver na Europa. Muitos investidores estão receosos com economias emergentes - afirma ele.
Vizinha da China, a Índia retomou seus planos de vender participações em duas estatais - a refinaria Indian Oil (IOC) e a mineradora Coal India - a fim de levantar cerca de US$ 2,3 bilhões e melhorar as finanças públicas. O governo já realizou Roadshows para oferecer 5% da Coal India, com a qual pretende levantar US$ 1,5 bilhão, e, conforme fontes da agência Reuters, iniciará nos EUA apresentações sobre a Indian Oil. A ideia é fazer as ofertas até 15 de dezembro.
No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta de 0,72%, aos 52.623 pontos, puxada pela valorização de 2,29% da Petrobras PN e de 1,18% da Vale PNA. A mineradora colocou à venda parte de suas ações na companhia norueguesa Norsk Hydro, na qual tem 21,64%.
O dólar subiu contra o real, seguindo o movimento do mercado externo, num dia de feriado bancário nos EUA, que reduziu a presença de investidores estrangeiros aqui. A moeda americana fechou com valorização de 0,51%, a R$ 2,33, maior cotação desde 4 de setembro, quando fechou a R$ 2,356.
Fonte: O Globo
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