A Rússia vai permitir que o Brasil aumente suas exportações de carne e laticínios, disse o serviço veterinário russo nesta quarta-feira (4). Quarenta frigoríficos — 20 de carne bovina e 20 de frangos –, embargados entre 2012 e 2013, terão nova autorização para embarcar seus produtos ao país.

A informação foi dada pelo diretor do órgão de vigilância sanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor), Sergei Dankvert, em entrevista à agência de notícias russa Interfax. Segundo ele, a medida vem após encontros realizados entre representantes dos dois governos em Brasília e em Moscou. Dankvert esteve no Brasil em julho, quando se reuniu com o Ministro da Agricultura, Neri Geller.

Atualmente, uma delegação brasileira liderada pelo secretário de Relações Internacionais do ministério, Marcelo Junqueira Ferraz, e pelo secretário de Defesa Agropecuária, Rodrigo Figueiredo, está na Rússia. Eles terão encontros com representantes do órgão de sanidade russo.

Embargo aos EUA

A avicultura brasileira pode se beneficiar também da crise geopolítica entre a Rússia e os Estados Unidos. O presidente russo, Vladimir Putin, também decidiu embargar as importações de carne de frango norte-americano em resposta às retaliações promovidas por Barack Obama e pela União Europeia.

A indústria da carne de frango brasileira reagiu aos anúncios russos. O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, disse que o setor tem condições de atender “tranquilamente” a uma demanda adicional. “Teríamos condições de exportar adicionalmente 150 mil toneladas ao ano para a Rússia, cobrindo a cota destinada aos EUA”, destacou.

A lista de produtos banidos pode aumentar, afirma o porta-voz do serviço de vigilância veterinária russo, Alexei Alekseenko, que disse que o bloqueio aos americanos e europeus será “bastante substancial”.

Suínos

A suinocultura também pode ser beneficiada com a nova abertura russa. “A lista de fornecedores de carne suína que não usam a ractopamina na produção da carne e que têm a garantias correspondentes também vai crescer”, afirmou o diretor à Interfax.

Além disso, as importações de derivados de carne bovina também aumentarão com companhias avaliadas e que emitiram uma garantia de segurança pelos serviços sanitários do Brasil.