Publicado em: 12/09/2025 às 11:25hs
O mercado global do arroz mantém viés de baixa, pressionado pela ampla oferta exportável e pela demanda internacional enfraquecida. Dados recentes da FAO e do índice OSIRIZ/InfoArroz confirmam que o movimento de queda ainda deve se estender, mesmo com alguns pontos de recuperação em mercados específicos.
Em agosto, os preços mundiais do arroz caíram 1,7%, reflexo da abundância de oferta e da demanda mais fraca em importantes países compradores.
A Indonésia reduziu sua procura devido à melhora na produção local, enquanto as Filipinas suspenderam as importações por dois meses, até o fim de outubro.
Em contrapartida, Bangladesh elevou sua demanda ao maior nível em sete anos, após enchentes afetarem parte da produção. As importações do país devem alcançar 1,2 milhão de toneladas em 2025.
A desvalorização dos preços de exportação foi mais expressiva em países como Tailândia, Paquistão e Estados Unidos. No Mercosul, a retração foi mais moderada, enquanto a Índia manteve preços estáveis. Já no Vietnã, as cotações se fortaleceram diante da menor oferta interna.
Segundo analistas, com a chegada progressiva das principais safras asiáticas e a liberação de estoques indianos, o cenário baixista deve persistir pelo menos até o início de 2026.
O índice OSIRIZ/InfoArroz (IPO) caiu de 189,7 pontos em julho para 186,5 em agosto, uma baixa de 3,3 pontos. No início de setembro, o recuo continuou, com o índice chegando a 183 pontos.
De acordo com a FAO, a produção mundial de arroz em 2024 aumentou 2,7%, alcançando 828 milhões de toneladas (549,9 Mt beneficiado), frente a 806 Mt em 2023. O resultado foi impulsionado pelas boas safras asiáticas, sobretudo na Índia, que registrou alta de 6% e ultrapassou a China como maior produtora global.
Por outro lado, a produção chinesa caiu 1%, mas deve se recuperar em 2025. No Mercosul, a safra de 2025 pode crescer 15% após o fraco desempenho de 2024. Já os EUA enfrentaram queda na produção devido a inundações em áreas produtoras do sul.
O comércio internacional de arroz avançou 12% em 2024, alcançando quase 60 milhões de toneladas, frente a 53,5 Mt em 2023. A demanda foi puxada por Filipinas, Indonésia e países da África Subsaariana, que importaram 17% a mais em relação ao ano anterior.
As projeções para 2025 indicam novo avanço de 2,9%, com o comércio chegando a 61,4 milhões de toneladas — equivalente a 11% da produção mundial.
Os estoques mundiais de arroz subiram 2,5% em 2024, somando 198,7 milhões de toneladas. Para 2025, a expectativa é de novo crescimento, de 5,8%, atingindo 210,3 Mt, um recorde histórico.
A China deve manter suas reservas em torno de 100 Mt, volume que representa 70% do consumo interno e metade das reservas globais. A Índia também ampliou estoques em 8%, beneficiada pelas restrições de exportação adotadas em 2023 e 2024. Já os principais exportadores concentram 67 Mt, ou 35% das reservas mundiais.
Fonte: Portal do Agronegócio
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