Publicado em: 11/07/2025 às 10:55hs
O segundo semestre de 2025 coincide com o auge do ciclo de crescimento das lavouras de grãos e oleaginosas nos Estados Unidos. Nesse período, as condições climáticas nas férteis planícies do Hemisfério Norte tornam-se determinantes para os rumos dos preços dessas commodities.
Além do fator climático, há um movimento crescente de aversão ao risco nos mercados, impulsionado por incertezas relacionadas à imposição de tarifas. Esse cenário pode afetar diretamente os preços de grãos, oleaginosas e demais commodities agrícolas nas próximas semanas e meses.
Segundo o trader de commodities Andrew Hecht, analista da Barchart — empresa global especializada em tecnologia financeira e fornecimento de dados para os mercados financeiro, de mídia e de commodities —, milho, trigo e soja estão sendo negociados atualmente em patamares mais baixos que os observados nas máximas de 2022. No entanto, ele destaca que essas commodities mantêm, historicamente, um padrão de mínimas cada vez mais elevadas ao longo das décadas.
Hecht destaca que o crescimento populacional global exige uma produção agrícola constante para atender à demanda crescente por alimentos. Esse fator, combinado com o aumento da procura por biocombustíveis, contribui para manter a pressão altista sobre os preços dos produtos agrícolas.
O analista aponta que os contratos futuros de óleo de soja registraram alta expressiva: 16,97% apenas no segundo trimestre e 32% de valorização acumulada nos seis primeiros meses de 2025, encerrando junho a 52,51 centavos de dólar por libra-peso.
Apesar da alta no mercado, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para cima sua estimativa dos estoques globais de soja para o início e o final da temporada 2025/2026, conforme consta no relatório WASDE de junho. A projeção sugere que há oferta suficiente para atender à demanda mundial.
Na avaliação de Hecht, apesar de os preços atuais estarem em níveis mais baixos que os picos recentes, há pouco espaço para novas quedas. O mercado de grãos e oleaginosas apresenta, segundo ele, potencial para uma alta explosiva, especialmente diante das incertezas climáticas e geopolíticas.
Fonte: Portal do Agronegócio
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