Publicado em: 23/09/2013 às 09:50hs
A fraca performance do comércio mundial durante o primeiro semestre levou a Organização Mundial do Comércio (OMC) a rever para baixo as projeções para as trocas comerciais neste ano e em 2014. Para 2013, a estimativa recuou de 3,3% para 2,5%, enquanto para o ano que vem diminuiu de 5% para 4,5%.
Fatores - Em grande parte devido à persistência da debilidade econômica dos países desenvolvidos, o comércio global, segundo as projeções, continuará crescendo abaixo da expansão verificada nos últimos 20 anos, ao ritmo de 5,4% anuais. A OMC atribui este baixo crescimento à recessão que perdura desde 2008 nas grandes economias - com uma lenta retomada dos Estados Unidos e da zona do euro -, além da estabilização do crescimento chinês verificada nos últimos trimestres.
Indicadores - "Alguns indicadores exibem sinais de melhora, com dados mais otimistas na Europa, nos Estados Unidos, no Japão e na própria China", observam os economistas da entidade em relatório divulgado nesta quinta-feira (19/09), no qual preveem melhor desempenho dos países neste segundo semestre. Para que o crescimento global atingisse os 3,3% projetados no início do ano, a corrente de comércio mundial teria que crescer de junho a dezembro a uma taxa anualizada de 3,8%, ritmo três vezes maior que o registrado nos seis primeiros meses do ano.
Dados sinalizam recuperação - A crise da dívida soberana europeia diminuiu significativamente desde o ano passado, o desemprego nos EUA caiu de 10% para 7,3% em relação ao pós-crise e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Japão tem acelerado desde a adoção de novas políticas fiscais e monetárias. A OMC observa, porém, que a economia da Índia ainda sofre forte desaceleração, de acordo com indicadores antecedentes compostos calculados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Importações - O relatório - o primeiro apresentado depois da posse do brasileiro Roberto Azevêdo na direção geral da organização - observa que as importações por parte dos países desenvolvidos terão um papel chave na recuperação do comércio global. No primeiro semestre, essas compras caíram 1,6%, mas, para o segundo semestre, as projeções apontam para um aumento de 1,4%.
União Europeia - O estudo destaca que o futuro da recuperação do comércio global está agora com a União Europeia, que consome cerca de um terço das mercadorias comercializadas no mundo. Segundo a OMC, a debilidade das importações europeias de janeiro a junho deste ano, com recuo anualizado de 2%, explica a piora das previsões.
Fonte: Gazeta do Povo
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