Publicado em: 25/06/2018 às 16:00hs
Uma guerra comercial plena entre Estados Unidos e China pode tirar até 1 ponto percentual do crescimento estimado para a América Latina neste ano, afirmou o economista-chefe para América Latina e Caribe da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Ángel Melguizo. Segundo o especialista, no entanto, ainda não pode ser previsto o verdadeiro impacto de uma escalada no conflito comercial entre as duas maiores potências econômicas do mundo porque "depende do que for aprovado em termos de medidas".
Mais declarações - "Ainda estamos vendo muito mais declarações do que medidas protecionistas de fato", afirmou o economista. Mas, na visão da OCDE, a possibilidade de escalada de uma guerra comercial "é o principal risco para o crescimento econômico da região".
Recuperação econômica - Melguizo ressalta que a América Latina "está em recuperação econômica e neste ano pode crescer 2%, e entre 2,5% e 3% em 2019". Porém, essa trajetória pode ser ameaçada pela imposição de tarifas extras sobre produtos chineses pelos EUA e a eventual retaliação do país asiático. "Dependendo das medidas que forem adotadas estamos falando de um impacto potencial de até 0,5 ou mesmo 1 ponto percentual" na expansão da atividade na região.
Avaliação - O economista da OCDE ressalvou, porém, que só poder fazer uma avaliação "quando souber das ações efetivas dos países".
Risco externo - Mas reforçou que uma guerra comercial ampla é o principal risco externo no momento tanto para o Brasil quanto para a América Latina. "Acreditamos que qualquer medida protecionista é uma má ideia e também achamos que o impulso ao crescimento por meio de redução de impostos é algo com efeito de curto prazo e que, no longo prazo, é negativo." O representante da OCDE afirmou ainda ser positivo para o Brasil e a América Latina a aproximação em andamento do Mercosul com a China.
Fonte: Portal Paraná Cooperativo
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