Publicado em: 04/11/2025 às 10:35hs
Os países que compõem os BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — defendem uma nova configuração para a governança global, mais alinhada à diversidade e aos desafios do século XXI. A avaliação é de Thomas Law, presidente do Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina), que vê o bloco como peça central no redesenho das relações internacionais e no fortalecimento de uma ordem mundial multipolar.
De acordo com Law, o avanço de um mundo multipolar exige bases sólidas de diálogo e cooperação entre as grandes potências. Nesse contexto, os BRICS assumem papel estratégico como força de equilíbrio nas relações com a União Europeia e os Estados Unidos.
“O objetivo não é substituir hegemonias, mas construir um multilateralismo reformado, inclusivo e pragmático”, destaca.
O G20, que reúne os BRICS, a UE e os EUA, é apontado como espaço essencial para negociações sobre temas como mudanças climáticas, tributação internacional e comércio digital.
Para o presidente do Ibrachina, a Organização Mundial do Comércio (OMC) precisa recuperar credibilidade e atualizar suas normas, garantindo maior equilíbrio nas relações econômicas entre os países. Segundo ele, um sistema global mais justo depende de instituições eficazes e abertas à pluralidade de vozes.
Law ressalta que os meios alternativos de resolução de conflitos, como mediação e arbitragem, estão se tornando instrumentos cada vez mais estratégicos para lidar com disputas internacionais.
“Esses mecanismos oferecem soluções rápidas, técnicas e imparciais, reduzindo a sobrecarga das cortes tradicionais e fortalecendo a confiança entre os agentes econômicos”, afirma.
No campo político, o presidente do Ibrachina defende uma reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), com a ampliação do Conselho de Segurança para incluir países do Sul Global, como o Brasil e a Índia.
“O século XXI exige uma governança global capaz de refletir a pluralidade do mundo”, reforça Law. “Os BRICS, juntamente com a Europa e os Estados Unidos, têm a responsabilidade compartilhada de renovar a arquitetura institucional internacional com base em princípios e pragmatismo.”
Para Thomas Law, é hora de construir pontes jurídicas entre diferentes modelos e fortalecer instrumentos como a mediação e a arbitragem, de modo a promover uma ordem internacional que seja justa, sustentável e verdadeiramente representativa.
Fonte: Portal do Agronegócio
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