Publicado em: 12/08/2025 às 19:40hs
As tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros começaram a valer em 7 de agosto, gerando preocupações no mercado nacional. Segundo análise do Rabobank, a medida atinge diretamente setores específicos da economia brasileira, embora os efeitos gerais ainda estejam sendo avaliados. Na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, foi destacado que a política comercial dos EUA aumentou a incerteza e a adversidade no cenário externo.
Para a economia real, espera-se uma desaceleração em 2025, que agora se mostra mais desafiadora devido ao anúncio das tarifas. O Copom segue atento à evolução dos fatos e monitora possíveis impactos, aguardando os próximos passos dos Estados Unidos.
Na ata do Copom, o Banco Central confirmou a pausa no ciclo de alta da taxa Selic para avaliar os efeitos da política monetária aplicada até o momento. A autoridade monetária reafirmou a necessidade de manter uma postura restritiva prolongada para assegurar que a inflação retorne à meta estipulada.
Durante evento em São Paulo, Nilton David, diretor de política monetária do BC, explicou que a Selic foi mantida em 15% para que haja tempo de analisar as consequências das recentes medidas econômicas. Diogo Guillen, diretor de política econômica, ressaltou que a política fiscal poderá exercer impacto maior do que o previsto, influenciando o consumo, o mercado financeiro e o prêmio de risco brasileiro.
As expectativas de inflação continuam elevadas em todos os horizontes de análise, com núcleos de inflação indicando pressão especialmente pela demanda. O Rabobank projeta que o Copom só iniciará a redução da Selic a partir do segundo trimestre de 2026. Até o fim do primeiro trimestre daquele ano, a taxa deve se manter em 15%, visando controlar a inflação próxima a 3%. Para o final de 2026, a Selic pode chegar a 12,50%.
A balança comercial brasileira surpreendeu positivamente em julho, com um superávit de US$ 7,1 bilhões, superando expectativas do mercado e do próprio Rabobank. O desempenho das exportações foi impulsionado pela indústria de transformação — como carnes e aeronaves —, agropecuária (café e soja) e indústria extrativa (petróleo e minério de cobre). As importações também permaneceram em níveis elevados.
Apesar das incertezas tarifárias e riscos geopolíticos crescentes, o real valorizou-se 1,94% frente ao dólar na última semana, posicionando-se como a terceira moeda emergente com melhor desempenho. Contudo, a moeda nacional ainda enfrenta vulnerabilidades relacionadas a incertezas globais e locais, como a sustentabilidade do marco fiscal.
Diante desse cenário, o Rabobank projeta que o dólar encerre 2025 cotado a R$ 5,75, sustentado por um diferencial elevado entre os juros locais e externos, medida que busca conter riscos e incertezas.
Fonte: Portal do Agronegócio
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