Publicado em: 14/05/2024 às 11:09hs
Na Argentina, os preços continuam em ascensão, embora haja indícios encorajadores de uma desaceleração, com a taxa anual de inflação do país potencialmente se aproximando de 300%.
Apesar das leituras mensais da inflação terem diminuído desde o pico de mais de 25% em dezembro, tanto lojistas quanto consumidores afirmam que essa mudança ainda não se reflete completamente na prática.
Nesta terça-feira, o governo argentino divulgará os dados mais recentes, com a expectativa de que a taxa de inflação retorne a um dígito em abril, pela primeira vez em seis meses.
Para Sandra Boluch, vendedora de frutas e verduras em Buenos Aires, a realidade econômica é tangível: "Não importa o quanto a taxa de inflação caia, que é o que todo mundo diz, isso não se reflete aqui porque, veja bem, há itens que deveriam ter caído, mas não caíram." Ela menciona o aumento dos aluguéis e dos custos de insumos, como sacolas plásticas, que acabam se refletindo nos preços dos produtos vendidos em sua loja.
O governo, liderado pelo presidente Javier Milei, tem destacado seus esforços na redução da inflação mensal, que vem diminuindo desde que assumiu o cargo em dezembro. Milei implementou uma política de austeridade rigorosa, cortando custos e buscando conter a liquidez do mercado, medidas que foram bem recebidas pelos investidores e impulsionaram a posição fiscal do governo, além de estimular a recuperação dos mercados financeiros.
Eugenio Mari, economista-chefe da consultoria Libertad y Progreso, ressalta que embora essa política tenha impactado negativamente nos salários e na atividade econômica, há perspectivas de melhora: "Uma queda acentuada nos salários reais implica em uma redução na demanda agregada e no consumo, e, consequentemente, na atividade econômica. No entanto, agora, com a redução da inflação, há espaço para a recuperação dos salários reais."
Fonte: Portal do Agronegócio
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