Internacional

G-20 define como meta acelerar expansão global

As 20 maiores economias do mundo assumiram o compro­misso de adotar planos para acelerar o ritmo da economia global nos próximos cinco anos


Publicado em: 24/02/2014 às 12:00hs

G-20 define como meta acelerar expansão global

A intenção é fazer o Pro­duto Interno Bruto (PIB) do G-20 crescer a um ritmo 2% maior que o esperado. Já a re­clamação dos emergentes so­bre a política monetária dos EUA gerou um compromisso genérico dos países, que pro­metem olhar com atenção pa­ra os efeitos das políticas inter­nas, sem que haja uma ação coordenada ou medidas adi­cionais.

Após dois dias de reunião, mi­nistros de economia e presiden­tes de Banco Central concorda­ram com o inédito compromis­so de acelerar o crescimento global. O texto do G-20 diz que os governos prometeram ado­tar "políticas ambiciosas, mas realistas, para aumentar signifi­cativamente o crescimento". A iniciativa tenta potencializar a saída da crise e foi antecipada na sexta-feira pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Com a meta de crescer 2% mais entre 2014 e 2018, a econo­mia do G-20 deve gerar riqueza adicional de cerca de US$ 2 tri­lhões. "Esse aumento em ter­mos reais vai liderar a criação de empregos", diz o comunica­do do grupo. "Essa meta pode ser atingida e está em linha com a análise do FMI apresentada ao G-20 nesta semana", disse a diretora-gerente do Fundo Mo­netário Internacional (FMI), Christine Lagarde, em nota.

Para atingir a meta, cada país deverá detalhar planos nacio­nais pró-crescimento até a reu­nião dos presidentes do G-20 que acontecerá em novembro também na Austrália.

O secretário de assuntos in­ternacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Márcio Cozendey, fez um balanço positivo do encontro. "Temos a percepção de uma virada ainda muito cau­telosa", disse após a reunião. "Isso nos permite avançar para uma discussão mais focada em crescimento e investimento." Alguns participantes, porém, relataram anonimamente que a meta é "vaga" e esbarra em pro­blemas. Há polêmica sobre co­mo será feita a aferição do cum­primento desse objetivo. Além disso, alguns países desenvolvi­dos ainda lutam contra antigos problemas como a deflação. Entre os emergentes, as preocupa­ções imediatas são diferentes, como a inflação e contas exter­nas. Muitos países também te­rão eleições gerais nos próxi­mos meses, o que torna ainda mais difícil o comprometimen­to com planos de longo prazo.

EUA. Emergentes, inclusive, deixaram a Austrália com um gosto um pouco mais amargo porque a redação do comunica­do foi bastante genérica sobre a reclamação contra amaneira co­mo os EUA estão retirando estí­mulos monetários (tapering). O texto fala apenas em manu­tenção do cuidado e não forne­ce nenhum sinal de movimento coordenado, como pediam al­guns emergentes.

"T odos os nossos bancos cen­trais mantêm seu comprometi­mento de que as definições de política monetária continuarão a ser cuidadosamente calibra­das e claramente comunicadas no contexto do intercâmbio per­manente de informações e de estar atento aos impactos sobre a economia global", diz o texto do G-20. A redação teria desa­gradado especialmente apaíses como África do Sul e índia.

Ao contrário da polêmica, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, nega que tenha ocorrido dicotomia entre as posições dos países emergen­tes e desenvolvidos. "Houve muito diálogo. Há reconheci­mento de que os emergentes re­presentam mais de 40% da eco­nomia global. Logo, devem ser levados em consideração." Um dia antes do G-20, vale lembrar, o secretário de Tesou­ro dos Estados Unidos, Jacob Lew, disse em Sydney que emer­gentes deveriam "colocar a casa em ordem" para evitar a fuga de investidores. Essa posição com­partilhada por Lew e pela presi­dente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Janet Yellen, teria amenizado as críticas dos emergentes duran­te a reunião.

Tombini também nega que te­nha havido pressão contra Yel­len. "Não há pressão nenhuma.

A própria presidente do Fed fa­lou que obviamente eles estão olhando a situação internacio­nal para definir suas políticas", disse.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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