Internacional

FMI faz alerta sobre fim de estímulos

Os países emergentes não estão sozinhos ao demonstrar preocupação com os efeitos negativos que as mudanças que os Estados Unidos devem promover na atual política monetária podem provocar nos mercados de câmbio


Publicado em: 05/09/2013 às 11:10hs

FMI faz alerta sobre fim de estímulos

Os soluços provocados nas últimas semanas, sobretudo nas economias brasileira e indiana, foram o suficiente para que o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertasse o G-20 - grupo de 20 países que representam cerca de 90% do Produto Interno Bruto (PIB) do planeta - sobre os riscos para o ritmo de crescimento mundial.

Desde a crise deflagrada em 2008, após a falência do banco americano Lehman Brothers, são justamente os países emergentes que vêm trabalhando como o motor da economia planetária. A China também foi mencionada pelo FMI. Este será um dos temas da agenda do encontro entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, com a diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde, amanhã, em São Petersburgo, às margens da cúpula do G-20.

O alerta do FMI é o mesmo que a presidente Dilma e o próprio ministro Mantega devem fazer durante os encontros do Brics e do G-20. A ideia, como antecipou O GLOBO no domingo, é pedir que os países ricos deixem claras as mudanças que pretendem fazer para não perturbar ainda mais os mercados emergentes. Segundo o Fundo, as economias desenvolvidas, com os EUA à frente, irão cada vez mais liderar o crescimento global, com os emergentes sob risco de desaceleração devido

ao aperto da política monetária americana. O FMI fez um apelo para uma ação global que revitalize o crescimento e melhore o gerenciamento de riscos, alertando que algumas ameaças se tornaram mais proeminentes, exigindo que as autoridades estejam prontas para lidar com um aumento da instabilidade financeira. O assunto deve ser um dos pontos incluídos no documento final do G-20. Em 2012, a preocupação era o inverso. Os países em desenvolvimento temiam pela enxurrada de dólares que as nações mais ricas vinham injetado em suas economias.

OCDE: LUTA CONTRA SONEGAÇÃO

O comunicado final este ano, diferentemente do produzido em 2012 no México, deve dar mais ênfase a políticas voltadas para o crescimento econômico dos países do que disciplina fiscal. Na reunião do Brics, a ideia é confirmar a criação do banco comum para o fomento de investimentos em infraes-trutura nestas cinco economias, que deve rivalizar com instituições como o Banco Mundial (Bird), com um fundo inicial de US$ 50 bilhões.

O mesmo alerta tem sido feito pela índia, cuja moeda perdeu cerca de 20% do seu valor frente ao dólar este ano. Ainda na sexta-feira, o ministro Guido Mantega se encontra com o colega alemão, Wolfgang Schauble. Ontem ainda, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) pediu prioridade aos governos para aprovação de projetos de combate à sonegação e à evasão fiscal. A ideia é concluir até 2014 a troca automática de informações entre bancos e fiscos.

Fonte: O Globo

◄ Leia outras notícias