Publicado em: 07/11/2013 às 20:50hs
“Os preços da maioria dos produtos alimentares básicos têm baixado nos últimos meses. Isto resulta do aumento da produção e da expectativa de que na atual temporada teremos um aumento do abastecimento, maiores quantidades para exportação e reservas mais altas”, afirmou David Hallam, Diretor da Divisão de Comércio e Mercados da FAO.
O forte aumento da produção de cereais em 2013 deve-se principalmente a uma recuperação das culturas de milho nos Estados Unidos e a colheitas recorde de trigo nos países da Comunidade de Estados Independentes (CEI). A produção mundial de arroz em 2013 deve observar apenas um crescimento modesto.
As reservas de cereais
Também se prevê que as reservas mundiais, que terminam em 2014, tenham um aumento de 13 por cento para os 564 milhões de toneladas, com os cereais secundários a subirem até 30 por cento, principalmente nos Estados Unidos. As reservas de trigo e arroz também deverão subir 7 por cento e 3 por cento, respetivamente.
A expansão das reservas mundiais de cereais vai traduzir-se num rácio de reservas/utilização mundial de cereais situado nos 23 por cento, muito acima do mínimo histórico de 18,4 por cento em 2007/08.
Em 2013, a fatura mundial da importação de alimentos deverá cair 3 por cento para 1,15 bilhões de dólares, com os cereais, o açúcar, os óleos vegetais e as bebidas tropicais a cair, mas os laticínios, a carne e o pescado a manterem os níveis estáveis, de acordo com o mais recente relatório da FAO Perspetivas Alimentares.
Ligeira subida dos preços dos alimentos
O Índice da FAO dos Preços dos Alimentos, publicado também neste relatório, subiu ligeiramente em outubro, registando uma média de 205,8 pontos. Este foi de 2,7 pontos (1,3 por cento) superior ao do mês de setembro, mas ainda 11 pontos (5,3 por cento) abaixo do seu valor de outubro de 2012. O ligeiro aumento deveu-se principalmente a uma subida nos preços do açúcar, embora os preços de outros grupos de produtos básicos também tenham aumentado.
O Índice, que mede variação mensal dos preços internacionais dos cinco principais grupos de produtos alimentares (incluindo 73 cotações de preços), sofreu algumas alterações na forma como é calculado, embora o novo método não tenha alterado significativamente os valores das séries. O Índice revisto abrange agora dados desde 1961. As revisões feitas são discutidas na seção de Características Especiais do relatório Perspetivas Alimentares.
As previsões para outros produtos básicos incluem:
Mandioca - A produção mundial de mandioca deverá aumentar pelo quinto ano consecutivo e alcançar as 256 milhões de toneladas em 2013. Este aumento está a ser impulsionado pela crescente procura por alimentos no continente Africano e pelo aumento das aplicações industriais da mandioca no Leste e no Sudeste da Ásia, em especial para a produção de etanol e amido.
Açúcar - A produção mundial de açúcar deverá aumentar apenas ligeiramente em 2013/14. O aumento deverá ser limitado ao Brasil, o maior produtor e exportador de açúcar do mundo, onde as condições climáticas desfavoráveis prejudicaram as colheitas. O consumo mundial de açúcar deverá subir cerca de 2 por cento em 2013/14.
Oleaginosas - A produção mundial das culturas oleaginosas poderá atingir um máximo histórico em 2013/14, devido a colheitas recorde de soja na América do Sul. A produção mundial de oleaginosas deve cobrir o consumo mundial pelo segundo ano consecutivo, apesar de um possível superávit no caso das refeições/bolos.
Carne – Prevê-se que a produção mundial de carne aumente 1,4 por cento em 2013. Os preços mantêm-se em níveis historicamente altos desde o início de 2011. Não há indícios para a diminuição generalizada dos preços, apesar da redução nos custos da alimentação animal.
Laticínios - A produção mundial de leite em 2013 deverá aumentar 1,9 por cento. A Ásia e a América Latina e as Caraíbas serão responsáveis pela maior parte deste aumento, com um crescimento apenas limitado nas outras regiões. Os preços internacionais dos laticínios caíram em relação ao pico de abril, mas ainda permanecem em níveis historicamente altos.
Pescado – A aquicultura continua a impulsionar a oferta mundial de pescado, fazendo assim descer as cotações em relação aos níveis anteriores. O consumo de pescado per capita continua a aumentar, com aquicultura em vias de ultrapassar a pesca de captura como a principal fonte de abastecimento de pescado para o consumo humano direto.
Fonte: FAO / ONU
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