Publicado em: 23/07/2025 às 19:00hs
Com a aproximação da entrada em vigor da nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, empresas brasileiras estão acelerando os embarques para o mercado norte-americano. A medida, que passa a valer a partir de 1º de agosto, ameaça a competitividade nacional, pode levar ao cancelamento de contratos e gerar impactos severos na produção industrial e no emprego.
De acordo com Fernando Balbino, diretor da área Internacional da IBL World – braço global do Grupo IBL, com base própria em Miami (EUA) – houve uma reação imediata entre os exportadores. “Muitos clientes anteciparam os embarques para minimizar os efeitos da nova tarifa. Registramos um crescimento de 30% no volume de cargas enviadas aos Estados Unidos”, relatou.
Essa movimentação já afeta diretamente a logística internacional. O Grupo IBL, especializado em transporte aéreo de cargas nos setores farmacêutico, eletrônico e alimentício, vem adequando suas operações diante do aumento de demanda. A empresa oferece soluções completas de transporte global, como o modelo “door to door”, com presença em mais de 190 países e estrutura para atender desde cargas especiais até consolidação, armazenamento e distribuição.
Apesar da tentativa de mitigar os impactos com a antecipação de remessas, um dos efeitos mais preocupantes é o cancelamento de contratos já firmados com clientes dos EUA – especialmente no setor de alimentos. “Há casos de empresas que já produziram, embalaram e etiquetaram os produtos conforme as exigências norte-americanas. Com o cancelamento dos pedidos, surge a dúvida: é possível redirecionar essa carga a outro mercado? Se não for, o prejuízo é certo. Estamos falando de perdas milionárias”, alertou Balbino.
Outro problema enfrentado é a vulnerabilidade de empresas que possuem carteiras exclusivas com determinados estados norte-americanos. Muitas já investiram em matéria-prima e finalizaram a produção com foco em um único cliente. “Se não houver opção de redirecionamento, essas companhias ficam expostas a prejuízos irreversíveis e, em casos extremos, podem até encerrar as operações”, completou o executivo.
A medida protecionista anunciada por Trump já afeta o setor logístico e industrial do Brasil antes mesmo de sua aplicação formal. Com o prazo apertado, a corrida contra o tempo tenta evitar danos maiores para o comércio exterior brasileiro.
Fonte: Portal do Agronegócio
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