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Exportações da China desaceleram em novembro; importações caem antes de novas tarifas de Trump

Desempenho econômico revela desafios para a economia chinesa com a perspectiva de novos riscos comerciais


Publicado em: 10/12/2024 às 19:40hs

Exportações da China desaceleram em novembro; importações caem antes de novas tarifas de Trump

As exportações da China registraram uma desaceleração significativa em novembro, enquanto as importações sofreram uma queda inesperada, em um sinal preocupante para a segunda maior economia do mundo. A desaceleração ocorre em um momento em que a iminente volta de Donald Trump à Casa Branca levanta novos riscos comerciais.

Queda nas exportações e importações

De acordo com os dados divulgados pela alfândega chinesa nesta terça-feira (10), as exportações aumentaram 6,7% em novembro, abaixo da previsão de 8,5% e da alta de 12,7% observada em outubro. Por outro lado, as importações caíram 3,9%, o pior desempenho em nove meses, contrariando a expectativa de crescimento de 0,3%. Este resultado alimenta as demandas por mais apoio econômico, especialmente em relação à demanda interna.

Ações do governo chinês e os riscos comerciais

Em resposta à desaceleração, as autoridades chinesas prometeram ampliar os estímulos econômicos em 2025, adotando uma abordagem mais expansionista nas políticas fiscal e monetária, com o objetivo de incentivar o consumo e estimular a economia.

"A demanda global não está muito forte e os dados de outros grandes exportadores, como Coreia do Sul e Vietnã, também indicam desaceleração", afirmou Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit. Segundo ele, os primeiros sinais de antecipação das tarifas de Trump no próximo ano começaram a surgir, mas o impacto completo só será sentido nos próximos meses, especialmente em dezembro e janeiro.

Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, anunciou planos de impor uma tarifa adicional de 10% sobre produtos chineses, como parte de uma estratégia para pressionar Pequim a tomar medidas mais rigorosas contra o tráfico de substâncias químicas utilizadas na fabricação de fentanil. Anteriormente, Trump havia cogitado tarifas superiores a 60%, o que gerou grande apreensão no setor industrial da China, que exporta mais de 400 bilhões de dólares em mercadorias para os EUA.

Superávit comercial em alta

Apesar da desaceleração nas exportações e importações, o superávit comercial da China aumentou, alcançando 97,44 bilhões de dólares em novembro, um crescimento em relação aos 95,72 bilhões de dólares registrados em outubro.

Com os desafios internos e externos se ampliando, a China deverá continuar a buscar estratégias para estimular sua economia diante de um cenário global incerto.

Fonte: Portal do Agronegócio

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