Publicado em: 31/03/2014 às 19:50hs
A quinta versão da Feira Internacional do Setor de Frutas e Hortaliças (Fruit Attraction) foi iniciada no dia 16 de outubro passado, em Madri, enquanto a Espanha ensaiava os primeiros e tímidos passos para a saída da crise econômica, que elevou o desemprego à altura dos 30%. O agronegócio do país ibérico acompanhava a melhora no humor geral, mas o setor não sentiu com intensidade a recessão. Como no Brasil, o campo foi um dos raros setores a gerar divisas, principalmente com a exportação. No primeiro semestre deste ano, por exemplo, a Espanha faturou 6,6 milhões de euros com o comércio externo de frutas e hortaliças, 13% mais que em igual período de 2012. É um incremento vigoroso num contexto de avanço próximo a zero da economia.
O setor rural está consolidado e o foco agora é no crescimento, diz Miguel Arias Canête, ministro da Agricultura espanhol. Como mais de 60% das vendas internacionais têm por destino a Europa, a Espanha quer expandir o comércio com os emergentes como Brasil, Rússia, África do Sul, Emirados Árabes e Chile. Para se ter ideia, em sua versão inicial, a feira acolheu representantes de 50 países e cerca de 300 estandes da cadeia produtiva. Agora, comitivas de mais de 100 nações marcaram presença e 700 empresas expuseram produtos.
“A Espanha e outros países europeus precisam fazer negócios, e essa é a principal razão de estarmos aqui em Madri”, observa Paulo Filho, gerente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), responsável pelo espaço brasileiro de 100 metros quadrados no qual os visitantes degustaram melão, manga, mamão papaia e melancia. A grande sensação foi o açaí, mostrado pela primeira vez na feira, que despertou o interesse do varejista Casino. Ao que tudo indica, o gigante francês, que adquiriu o Pão de Açúcar no Brasil, vai importar o fruto amazônico.
Ponto alto da feira foram as rodadas de negócios, que colocaram na mesma mesa, pela primeira vez, empresários e produtores das nações participantes. “Fizemos contato com pelo menos 15 empresas e havia muito interesse delas pelo Brasil”, diz Marcel Bertin, da DarosBr, exportadora de Mogi Mirim (SP). Segundo ele, europeus, americanos e asiáticos apreciam as frutas tropicais e elas têm sido melhor divulgadas nos últimos anos. A Espanha, particularmente, está se firmando como importante porta de entrada para os produtos brasileiros, afirma Bertin.
Segundo maior exportador mundial de frutas, o país ibérico está de olho na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016, eventos que receberão milhões de turistas. Mais de 20 empresas do Brasil embarcaram para Madri – foram apenas cinco nos anos anteriores –, a maioria convidada pelos organizadores, o que evidencia o interesse dos espanhóis. A Europa vê o Brasil com otimismo. “Os europeus têm conhecimento da forte demanda interna por alimentos, principalmente depois da expansão da classe C”, diz Bertin.
Fonte: Globo Rural
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