Publicado em: 11/12/2013 às 19:40hs
Depois dessa data, os congressistas entrarão em recesso, e o prazo final para um acordo orçamentário é 15 de janeiro. Tudo indica que democratas e republicanos caminham para uma solução "minimalista". Seria algo que pouco mudaria a dinâmica da dívida federal, mas, de toda forma, evitaria o risco de uma nova paralisação do governo durante a primavera do hemisfério norte, dando uma trégua às expectativas neste front.
Impactos - É evidente que, conforme cresce a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) inicie a redução dos estímulos à economia, com impactos óbvios nos mercados, uma trégua no quadro fiscal seria de grande valia.
Teto da dívida - Mas o debate sobre o teto da dívida, que está suspenso até 8 de fevereiro, não está neste pacote - e pode causar novo confronto fiscal no Congresso americano, ou, na melhor das hipóteses, algum ruído no primeiro trimestre de 2014.
Novo limite - Até março, quando boa parte do mercado põe as fichas no "tapering" (redução dos estímulos), um novo limite de endividamento precisa ser aprovado - ainda que essa data possa ser ligeiramente postergada se houver surpresas positivas na arrecadação de impostos nos primeiros meses do ano, segundo informou o Departamento de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês).
Redistribuição - Segundo análise do BNP Paribas, o acordo nesta semana envolve uma redistribuição dos cortes de gastos previstos para 2014 (cerca de US$ 57 bilhões) para anos posteriores. Também deve definir novos limites de gastos e substituir uma parte dos cortes de US$ 100 bilhões previstos para 2015. Segundo o banco, o plano estabelece um teto de US$ 1 trilhão de gastos para o ano fiscal de 2014, que é US$ 33 bilhões acima do estabelecido pelo chamado "sequestro" - o corte automático de gastos.
Convencimento - "No Senado, os democratas terão de convencer apenas cinco republicanos para votar a favor do projeto de lei. O verdadeiro desafio é, e sempre foi, a capacidade do congressista Paul Ryan, presidente da Comissão de Orçamento da Câmara, de reunir suas tropas. Até agora, as chances parecem surpreendentemente boas", diz a análise.
Subsídios - Os democratas argumentam no Congresso que os atuais subsídios relacionados ao mercado de trabalho, implementados como parte do pacote de estímulo fiscal de 2008, devem ser prorrogados para além do fim do ano.
Implementação - O BNP acredita que há uma boa chance de uma extensão parcial ser implementada separadamente depois do encerramento do ano. O cenário básico do banco prevê que dois terços dos cortes relacionados ao "sequestro" sejam adotados, o que reduziria o crescimento em 0,3 ponto percentual em 2014. Somando a redução à metade dos subsídios relacionados ao mercado de trabalho e a alta de algumas taxas, o impacto chegaria a 0,7 ponto percentual, menor do que em 2013 (1,2 ponto).
Incertezas fiscais - O BNP diz que um acordo agora reduziria a incerteza fiscal, tirando da frente o risco de nova paralisação das atividades do governo. Junto com boas notícias sobre o Obamacare (a reforma da área de saúde), um efeito positivo poderia ser sentido na confiança de empresários e consumidores no início do ano. Neste cenário, não é improvável que o Fed realmente espere o desfecho desta história antes de começar outra, com segurança.
Fonte: Ocepar
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