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Economia do Japão encolhe 7,1% no segundo trimestre

A economia japonesa teve contração de 7,1% em base anualiza-da no período de abril a junho em comparação com o trimestre anterior


Publicado em: 10/09/2014 às 16:40hs

Economia do Japão encolhe 7,1% no segundo trimestre

A economia japonesa teve contração de 7,1% em base anualiza-da no período de abril a junho em comparação com o trimestre anterior, resultado que ampliou dúvidas sobre se o Banco Central pode alcançar sua meta de inflação de 2% no começo do ano que vem.

Acontração foi a maior desde o período de janeiro a março de 2009, quando a crise financeira global atingiu as exportações e a atividade industrial do Japão. Alguns analistas agora esperam que a economia praticamente não cresça no ano fiscal atual até março de 2015.

O resultado dá uma indicação negativa para os esforços do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que implementou um aumento ao imposto sobre consumo em abril na expectativa de ajustar o orçamento fiscal e revitalizar a economia.

A forte queda seguiu a alta de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano, com os consumidores antecipando a compra de bens de alto valor, como casas, carros e TVs, para evitar a nova taxa. Cinco meses depois do au- mento do imposto, que não ocorria há 17 anos, as vendas de bens duráveis continuam fracas. Os dados divulgados ontem mostram redução do consumo em 5,1%.

O governo do Japão planeja novo aumento da taxação sobre o consumo para 2015. A cobrança, que passou de 5%para 8%em abril, deve subir para 10%. Os fracos resultados ao PI B, no entanto, podem dificultar a decisão da equipe econômica, que deve ser tomada até o fim do ano.

Revisão para baixo. O Produto Interno Bruto (PIB) foi revisado para baixo ante queda preliminar de 6,8%, segundo o Escritório do Gabinete. O resultado foi pior que a mediana de pre-visòes do mercado de queda de 7% em pesquisa da Reuters com economistas.

A revisão foi causada em grande parte por causa do recuo maior que o esperado nos gastos de capitais e uma queda mais profunda nos gastos de consumidores, sugerindo que a economia pode enfrentar dificuldades para superar o aumento do imposto sobre vendas ocorrido em abril.

O Banco Central do país disse anteriormente que a inflação de consumidores caminhará para a meta de 2%enquanto a economia crescer acima de seu potencial, calculado como em cerca de 0,5%. Os dados mais recentes sugerem que essa expectativa esta em risco,com vários analistas esperando crescimento ainda menor.

"Dados recentes têm sido em geral fracos, e a recuperação econômica tem sido mais lenta que o previsto", disse o economista-chefe do Dai-ichi Life Research Institute, Yoshiki Shin-ke, que espera que a economia fique estável neste ano fiscal.

O economista-chefe do No-rinchukin Research Institute, Takeshi Minami, também cortou sua projeção de crescimento a 0,2% no ano fiscal atual, citando gastos de capital fracos. "A pressão inflacionária vai enfraquecer refletindo um crescimento econômico lento", disse ele. "Em algum momento, o Banco Central e o governo terão de adotar algumas medidas (para reativar o crescimento)."

 

Fonte: O Estado de S. Paulo

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