Internacional

Dólar recua para R$ 2,278 no sexto pregão de baixa

Dados positivos vindos da China e a redução do temor de um ataque militar à Síria contribuíram para o fortalecimento das moedas de mercados emergentes frente ao dólar ontem, movimento que também se refletiu no mercado doméstico


Publicado em: 10/09/2013 às 10:10hs

Dólar recua para R$ 2,278 no sexto pregão de baixa

O dólar comercial encerrou a segunda em queda de 1,13%, a R$ 2,278, marcando o sexto pregão de baixa consecutivo frente ao real e a menor cotação em um mês. A desvalorização da moeda americana e o recuo dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) chegaram a promover uma queda das taxas dos contratos de juros futuros longos, mas esse movimento não se sustentou e acabaram fechando estáveis.

Dados positivos da balança comercial e a desaceleração da inflação na China sustentaram a alta das moedas emergentes frente ao dólar. Em agosto, a China apresentou superávit de US$ 28,6 bilhões na balança comercial, superando a previsão do mercado que era de US$ 20,4 bilhões e acima do dado de julho, que registrou saldo positivo de US$ 17,8 bilhões.

Entre as moedas emergentes, a rupia indiana e a lira turca apresentaram as maiores valorizações, ao lado do real. Os bancos centrais desses países têm realizado intervenções no mercado de câmbio para conter uma desvalorização mais acentuada de suas moedas. Para Flavia Cattan-Naslausky, estrategista de câmbio para América Latina do Royal Bank of Scotland (RBS), o movimento de alta das moedas emergentes na última semana é mais uma redução de exposição ao risco, com a diminuição das posições em dólar após os dados fracos do mercado de trabalho nos EUA, do que uma reversão de tendência que mostre uma apostas em moedas emergentes.

O Banco Central brasileiro seguiu o cronograma previsto no programa de injeção de liquidez diária no mercado e vendeu mais 10 mil contratos de swap cambial (que equivalem à venda de dólar no mercado futuro), que totalizaram US$ 497,6 milhões. Com isso, o BC já vendeu desde o início do programa, em 22 de agosto, US$ 8 bilhões via contratos de swap. Conforme previsto no cronograma, a autoridade monetária realiza hoje mais um leilão de swap cambial de até US$ 500 milhões.

No mercado futuro, o movimento de venda do dólar é liderado pelos investidores institucionais, que têm buscado diminuir a posição comprada na moeda americana (aposta na alta), que está em US$ 7,932 bilhões, para reduzir o risco da carteira à espera de novas definições sobre a política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) na próxima reunião do Fomc (o comitê de política monetária) marcada para 17 e 18 de setembro. Os investidores estrangeiros também reduziram a posição líquida comprada na moeda americana, que passou de US$ 17,915 bilhões na quinta-feira para US$ 17,301 bilhões na sexta-feira.

A expectativa de entrada de recursos com a rodada de concessões de rodovias marcado para o próximo dia 18 e a expectativa de novas captações externas, com a Caixa e os frigoríficos JBS e Marfrig em "road show", devem aumentar o fluxo de entrada de recursos externos no mercado à vista ajudando a aliviar a pressão de alta do dólar verificada em agosto.

No mercado de juros futuros da BM&F, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017, mais ligado à percepção de risco, fechou a 11,52% (ante 11,53% na sexta-feira). Já o contrato com vencimento em janeiro de 2015 fechou estável, a 10,29%.

Fonte: Canal do Produtor

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