Publicado em: 26/07/2022 às 09:40hs
Kristalina Georgieva, Diretora Administrativa do Fundo Monetário Internacional (FMI); David Malpass, Presidente do Grupo Banco Mundial; Ngozi Okonjo-Iweala, Diretor Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC); QU Dongyu, Diretor Geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO); e David Beasley, Diretor Executivo do Programa Mundial de Alimentos (WFP), emitiram a seguinte declaração conjunta pedindo que ações urgentes sejam tomadas diante da crise alimentar global de insegurança alimentar.
A pandemia da COVID-19, a interrupção das cadeias de suprimentos internacionais e a guerra na Ucrânia interromperam severamente os mercados interconectados de alimentos, combustíveis e fertilizantes. Em junho de 2022, o número de pessoas que sofrem de insegurança alimentar severa, e tiveram seu acesso a alimentos restringido no curto prazo a ponto de suas vidas e meios de subsistência estarem em risco, aumentou para 345 milhões em 82 países, segundo o WFP.
Para complicar ainda mais, cerca de 25 países reagiram ao aumento dos preços dos alimentos adotando restrições à exportação que afetam mais de 8% do comércio global de alimentos. Além disso, a resposta da oferta de alimentos é complicada pela duplicação dos preços dos fertilizantes nos últimos 12 meses, após níveis recordes de custos de insumos, como o gás natural. As reservas mundiais, que aumentaram constantemente na última década, devem ser liberadas para que os preços caiam. Tudo isso está ocorrendo em um momento em que as limitações do espaço fiscal são grandes para que os governos tomem medidas após a pandemia da COVID-19. A longo prazo, as mudanças climáticas afetam estruturalmente a produtividade agrícola em muitos países.
Evitar novos retrocessos na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) requer ações de curto e longo prazo em quatro áreas principais: i) apoio imediato às populações vulneráveis, ii) facilitação do comércio e do abastecimento internacional de alimentos:, iii) Impulsionar a produção, e iv) investir em agricultura resiliente ao clima.
A experiência anterior mostra que é importante ajudar os países em desenvolvimento que foram atingidos pelo aumentos de preços e escassez para atender às suas necessidades urgentes sem frustrar os objetivos de desenvolvimento de longo prazo. É essencial garantir que os países mais vulneráveis que enfrentam problemas significativos de balança de pagamentos sejam capazes de arcar com o aumento do custo das importações de alimentos para minimizar qualquer risco de agitação social. O financiamento do desenvolvimento deve oferecer aos clientes alternativas viáveis às políticas domésticas, como proibições de exportação ou subsídios gerais à importação de fertilizantes. Investimentos em redes de segurança expansíveis e em agricultura resiliente ao clima e pesca e aquicultura sustentáveis são bons exemplos de medidas em que todos ganham.
Apelamos aos países para que fortaleçam as redes de segurança, facilitem o comércio, impulsionem a produção e invistam em agricultura resiliente. As necessidades específicas de cada país devem ser identificadas e definidas por meio de um processo nacional que mobilize investimentos de bancos multilaterais de desenvolvimento para conectar oportunidades de curto, médio e longo prazo. Comprometemo-nos a colaborar em favor desse processo por meio da Aliança Global para a Segurança Alimentar, convocada conjuntamente pela Presidência do Grupo dos Sete (G-7) e pelo Grupo Banco Mundial para monitorar os fatores determinantes e os efeitos do aumento dos preços e garantir que os países necessitados tenham investimentos, finanças, dados e conhecimento das melhores práticas.
Fonte: Assessoria de Imprensa FAO no Brasil
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