Internacional

China reage a novas tarifas dos EUA e ameaça retaliações em cadeia de suprimentos

Editorial oficial alerta Trump sobre reativação de tarifas e condena acordos que excluam Pequim de cadeias produtivas; tensão comercial volta a crescer


Publicado em: 08/07/2025 às 10:45hs

China reage a novas tarifas dos EUA e ameaça retaliações em cadeia de suprimentos
EUA retomam ofensiva tarifária contra a China

O governo chinês emitiu um forte alerta à administração de Donald Trump diante da possibilidade de reativação de tarifas sobre produtos chineses a partir de agosto. A resposta de Pequim veio por meio de um editorial publicado no jornal estatal People’s Daily, assinado sob o pseudônimo “Zhong Sheng”, tradicionalmente utilizado para expressar a posição oficial do país em temas de política externa.

Na última segunda-feira, Trump iniciou o envio de notificações a diversos parceiros comerciais, indicando a intenção de impor tarifas significativamente mais altas a partir de 1º de agosto. Para a China, que já foi alvo de tarifas superiores a 100% durante etapas anteriores da guerra comercial, foi dado o prazo até 12 de agosto para negociar um novo acordo e evitar a retomada das restrições impostas em abril e maio.

Trégua provisória em xeque

Em junho, Washington e Pequim firmaram um acordo provisório que representou uma trégua temporária na disputa comercial entre as duas potências. No entanto, os termos desse entendimento ainda são vagos, e permanece a incerteza quanto à sua continuidade. O cenário mantém investidores e operadores atentos nos dois lados do Pacífico, diante da possibilidade de o pacto ruir ou, eventualmente, avançar para uma solução mais estável.

Editorial chinês critica tarifas e defende diálogo

No editorial do People’s Daily, o governo chinês voltou a criticar as medidas de Trump, classificando as tarifas como uma forma de “bullying”. O texto reforça que “diálogo e cooperação são o único caminho correto” para resolver as disputas comerciais. A publicação também afirma que somente a defesa firme de princípios poderá assegurar os direitos e interesses legítimos da China.

Dados do Instituto Peterson de Economia Internacional mostram que, atualmente, a tarifa média dos Estados Unidos sobre exportações chinesas está em 51,1%. Por outro lado, a tarifa média imposta pela China aos produtos americanos é de 32,6%, cobrindo praticamente todo o comércio bilateral entre os países.

Pequim adverte sobre acordos regionais que a excluam

Além das críticas aos EUA, a China também condenou os países da região que têm buscado acordos tarifários com os americanos que resultem em sua exclusão das cadeias globais de produção. O Vietnã foi citado como exemplo mais recente: o país asiático conseguiu reduzir suas tarifas para 20%, mas concordou com uma cláusula que permite a taxação em 40% de produtos chineses reexportados a partir de seu território.

Pequim deixou claro que não aceitará esse tipo de manobra. Segundo o editorial, “se tal situação ocorrer, a China responderá de forma resoluta para proteger seus interesses legítimos”.

O aumento da tensão entre China e Estados Unidos reacende o risco de uma nova escalada na guerra comercial, com possíveis impactos globais. Ao mesmo tempo em que busca manter uma postura firme, Pequim insiste na via do diálogo e da cooperação, deixando claro que não hesitará em retaliar ações que ameacem sua posição nas cadeias de suprimentos internacionais.

Fonte: Portal do Agronegócio

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